Lição 14 - O Fariseu e o Publicano

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A história de Jesus

O Fariseu e o Publicano

LUCAS 18, ARC

v. 9 E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros:

v. 10 Dois homens subiram ao templo, a orar; um, fariseu, e o outro, publicano.

v. 11 O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.

v. 12 Jejuo duas vezes na semana e dou os dízimos de tudo quanto possuo.

v. 13 O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!

v. 14 Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.

A história à lupa

Lucas 18:9-12 Confiança própria e desprezo pelos outros.

Onde podemos encontrar segurança e justiça? Poderá acontecer que, confiando em nós mesmos, venhamos a desprezar todos os outros? Depois de conhecer Cristo e de procurar fazer a Sua vontade, ainda devo considerar-me como pecador e indigno da salvação? Ou, ao seguir Cristo, sou merecedor da salvação?

Pior do que o amante do pecado é o crente que vai à igreja cheio de justiça própria e se vê como um exemplo para todos, não vendo as suas próprias falhas. Cada ação que pratica ou cada decisão que toma são vistas por si mesmo como concedendo mérito e recomendação diante de Deus e separando-o dos outros, para melhor Lucas 18:11; Isaías 65:5. O segredo da ilusória satisfação própria está em compararmos as nossas vida e conduta com os homens em vez de as compararmos com Cristo. Assim, tornamo-nos cada vez mais orgulhosos em nós mesmos e intolerantes com os demais. Se a nossa experiência cristã se assemelha a esta realidade, não somos ainda de facto Cristãos.

A história à lupa

Lucas 18:13 “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!”

É-nos difícil crer e aceitar que, ainda que tenhamos vivido mil anos de vida cristã com uma devoção “perfeita” a Deus (caso isso fosse possível), ainda assim devíamos ver-nos como o Publicano e, com sinceridade de coração, dizer: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador!” Uma eternidade de devoção e obediência a Deus não conseguirá acrescentar um grama de justiça à nossa vida Isaías 64:6. Ainda que reluzentes no nosso modo de agir, falar e vestir, somos pecadores sem qualquer mérito de recomendação. Só o Espírito Santo poderá fazer-nos entender e aceitar a nossa realidade como sendo exatamente esta.

A história à lupa

Lucas 18:14 “Porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado.”

Quão diferente seria, se os que se dizem filhos de Deus reconhecessem com verdade e humildade a sua real condição. Talvez assim outros pecadores tivessem coragem de se juntar a eles, tal como tinham desejo e prazer de se aproximar e juntar a Cristo, mesmo sendo Ele sem mancha de pecado.

É este um dos grandes desafios da vida do crente – com Cristo no coração, olhar para os outros com a mesma benevolência que desejaria para si mesmo! Somos hoje confrontados com permanentes apelos a colocar o Homem no centro de tudo. Um humanismo moderno e atraente, que nos ilude com a falsa ideia de que somos como deuses e de que o verdadeiro segredo para o sucesso na vida se encontra na auto-suficiência. Um conceito que talvez seja agradável, mas que é enganador e perigoso quando se trata da nossa relação com Deus e com os que nos rodeiam.

A história que Jesus contou na sábia ilustração do Fariseu e do Publicano que vão ao templo para orar coloca-nos diante de perguntas importantes. Somos capazes de reconhecer as nossas fraqueza e dependência de Deus? Conseguimos ter para com os outros, incluindo os nossos “inimigos”, a graça e as misericórdias de que todos os dias necessitamos e nos são oferecidas? Lamentações 3:22-23 “Bem-aventurado o que possui justiça em si mesmo” ou “Bem-aventurado o que, sem Mim, se tornou perfeito!” são máximas que Jesus nunca proferiu. Então, que outras verdades ensinou Ele sobre a verdadeira religião?

Nas secções seguintes exploraremos a Bíblia juntos, através de uma série de perguntas. Leia os textos bíblicos propostos para encontrar as respostas.

Mais do que uma história

Que grande verdade expressou Jesus nas Suas sábias palavras conhecidas como “Bem-Aventuranças”?

Leia Mateus 5:3 e preencha os espaços.

“Bem-aventurados os pobres de , porque deles é o reino dos .”
“Pobres de espírito” são os que reconhecem não poderem salvar-se a si mesmos e estão, por isso, conscientes da sua pobreza. Não há justiça própria nas suas ações, mas, se clamarem a Deus em busca de justiça, alcançá-la-ão Lucas 18:13. Em Deus há perdão, graça e poder para o pecador João 1:29; Isaías 1:18; Ezequiel 36:26. Não há homem algum que não tenha necessidade destas dádivas, mas só os que o reconhecerem e buscarem ajuda serão abençoados. Não são necessárias penosas lutas, fatigantes lidas, dádivas ou sacrifícios, para alcançar justiça. É-nos oferecida gratuitamente em Cristo Isaías 55:1; Isaías 54:17; Jeremias 23:6 e qualquer outra fonte de justiça é uma ilusão.

Mais do que uma história

De que atitude devemos salvaguardar-nos e para a qual Jesus advertiu repetidamente os Seus discípulos?

Leia Lucas 12:1 e escolha a afirmação verdadeira de acordo com o texto bíblico.

A hipocrisia e o orgulho são dos pecados mais difíceis de serem vencidos. Quem mais necessita de os vencer mais cego e iludido está da sua condição. Conhecer Cristo é sinónimo de humildade e submissão. De uma maneira geral, é essa a realidade do Cristão quando começa a sua caminhada cristã, mas muitos acabam por se iludir e desviam o olhar de Cristo e fixam-se em si mesmos. Apercebendo-se de que há diferenças e progressos na sua própria vida, esquecem que esse é um fruto da obra de Deus, e “embriagam-se” na vaidade e no orgulho. Uma vivência cristã com mais e mais Homem e menos e menos Cristo resultará em quedas e falhas que se escondem por trás de um manto de hipocrisia.

Mais do que uma história

De que forma se pode manifestar a hipocrisia na vida do Cristão?

Leia Mateus 15:7-8 e preencha os espaços.

“Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu está longe de .”
Quase sempre, até onde é possível ver, os crentes hipócritas são aparentemente consagrados. Como o joio e o trigo, não há grandes diferenças exteriores, mas as diferenças interiores são gigantescas. A estes Jesus classificou, com clareza e coragem, como “sepulcros caiados de branco” Mateus 23:27-32. A hipocrisia manifesta-se numa diferença profunda entre o que é dito e o que é feito.

Mais do que uma história

Que atitudes caracterizam uma vida cristã de mediocridade, própria dos que Jesus designou como hipócritas?

Leia Mateus 6:5 e preencha os espaços.

“E, quando orares, não sejas como os hipócritas, pois se comprazem em orar em nas sinagogas e às esquinas das ruas, para serem pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.”
Muitos mostram-se disponíveis para qualquer sacrifício desde que isso traga atenção sobre si mesmos, mas não estão despertos para o único esforço que merece todo o investimento ao crente: entrega e submissão da sua vontade à perfeita vontade de Deus 1 Samuel 15:22; Mateus 18:3. Uma vida cristã de sucesso revela-se muito mais na intimidade do lar, na seriedade no trabalho, nas relações e decisões do dia-a-dia, do que nos púlpitos ou na beleza e na proliferação das palavras.

Mais do que uma história

Como se revela a hipocrisia de um Cristão diante das faltas dos outros? E das suas?

Leia Mateus 7:5 e escolha a afirmação verdadeira de acordo com o texto bíblico.

Estes são os crentes que vivem na fama de serem ricos e de nada terem falta, mas são mornos, faltando-lhes o zelo e a dedicação Apocalipse 3:15-17. Acusam facilmente os seus irmãos dos seus pecados, mas têm dificuldade em reconhecer os seus. Em vez de uma inspiração para todos, são antes uma pedra de tropeço, porque professam amar a verdade, mas são medíocres na sua concretização. Ainda que possam dar uma ilusão de segurança, carecem da obra do Espírito no seu coração. Não existe ilusão maior do que o pecado na vida de quem não o reconhece, e os que assim procedem ouvem as palavras de juízo da parte de Jesus: “Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão” Mateus 7:5.

Mais do que uma história

Quão diferente é o Reino espiritual de Cristo na vida dos que O acolhem?

Leia Tiago 3:17 e preencha os espaços.

“Mas a sabedoria que vem do é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem .”
Todos os que têm a intuição da sua profunda pobreza de alma, que compreendem que, em si mesmos, nada possuem de bom, e que dependem exclusivamente da ajuda que “vem do alto”, encontrarão justiça, sabedoria e poder para viverem as virtudes do Reino de Deus na sua vida (Mateus 11:28). Na história que Jesus contou, o Publicano tinha sobre o Fariseu a vantagem da plena e solene consciência do seu pecado. Desse modo, lutando contra si mesmo, buscava a ajuda de Deus, sem desculpas sobre a sua real condição. Do outro lado, estava um homem igualmente pecador, mas iludido com a sua pretensa justiça. Cego em relação à sua condição, estava mais perdido do que qualquer outro homem. A presença de Cristo na nossa vida não muda a realidade da natureza pecaminosa que nos acompanhará até ao derradeiro dia em que, finalmente, seremos libertados desta condição 1 Coríntios 15:52-53. Assim sendo, a nossa maior segurança está em Cristo, acompanhada de uma vida consciente da nossa miséria, cegueira e nudez. Ainda que possamos avaliar a nossa condição como muito apreciável Apocalipse 3:17, essa não é a nossa real situação Apocalipse 3:15-16, Apocalipse 3:18.

A história na minha vida

Humildemente, com Jesus, o que deve verdadeiramente ser visto na nossa vida?

Leia Romanos 12:9 e escolha a afirmação verdadeira de acordo com o texto bíblico.

Orgulho, egoísmo e cobiça, ainda que socialmente aceites, são pecados e rebeldia contra o coração de Deus. Cada ato de transgressão, cada negligência ou rejeição da graça de Cristo endurecem o coração, depravam a vontade, entorpecem o entendimento e tornam-nos menos inclinados e capacitados a ceder à súplica de Deus. Uma religião intelectual, uma piedade formal e fingida, sem que seja purificado o coração, serão a ruína de muitas almas Hebreus 12:14. Não podemos deixar-nos iludir! Enquanto o pecado se espalha e o amor de muitos esfria Mateus 24:12, o amor genuíno é o sinal do verdadeiro filho de Deus João 13:35. Amor e fé são os segredos que podem fazer a diferença contra a indiferença e a falta de entrega. Só o Espírito Santo pode trazer cura à cegueira acerca da nossa real condição. Onde encontrar tudo isto? Em Jesus Cristo Apocalipse 3:18!

A história na minha vida

Qual é o segredo para não vivermos iludidos pelo orgulho e pela vaidade?

Leia Romanos 12:1-2 e preencha os espaços.

“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício , santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
A experiência cristã implica uma mudança de vida, real e profunda. Uma transformação que só pode ocorrer com Cristo Isaías 1:16-17; Ezequiel 33:15. Não se trata de mudar com medo das consequências. É antes um despertar para a verdadeira natureza do pecado, para o sofrimento que traz ao coração de Deus. A oração do Publicano foi ouvida porque manifestou vontade de sujeição a Deus e à disponibilidade a ser por Ele transformado. E assim deve ser a nossa vida todos os dias. Qualquer boa obra depende de um poder que não é nosso, e só quem se encontra longe de Jesus pode orgulhar-se na sua ilusória justiça. Quanto mais perto estivermos do puro caráter de Jesus, mais e mais será claro quão distantes estamos da Sua norma. Na Bíblia, homens que viveram achegados a Deus, homens que prefeririam sacrificar a vida a cometer conscientemente uma ação injusta, homens que Deus honrou com luz e poder divinos, confessaram possuir uma natureza pecaminosa. Nunca confiaram na carne, nunca pretenderam ser justos por si mesmos, mas confiaram inteiramente na justiça de Cristo e consagraram a sua vida a serem por Ele transformados. O morto e frio cumprimento de deveres e regras não nos torna Cristãos. A m de nos prepararmos para a Eternidade, é necessária uma grande obra de transformação. Ainda que algumas vezes pelo sofrimento e pela provação, Deus purifica e transforma os que a Ele se consagram. Não nos entristeçamos! “Todas as coisas contribuem para o bem daqueles que amam a Deus” Romanos 8:28.

A história na minha vida

Em vista da necessidade de transformação pessoal, que instrução tem Cristo para nós?

Leia João 12:35-36 e preencha os espaços.

“Disse-lhes, pois, Jesus: A luz ainda está convosco por um pouco de tempo; andai enquanto tendes luz, para que as vos não apanhem, pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai. Enquanto tendes , crede na luz, para que sejais filhos da luz.”
Só com Jesus podemos ir além da imagem que o mundo deseja imprimir em nós. A imagem de uma sociedade descrente, desligada de Deus e dos Seus valores Romanos 12:1-2. Enquanto ainda é tempo, busquemo-l'O. Aquele que sabemos ser a Luz do mundo João 12:1-2; João 8:12.

A história na minha vida

O que somos chamados a fazer com a luz de Cristo?

Leia Mateus 5:13-16 e preencha os espaços.

“Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens. Vós sois a do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; Nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.”
Somos chamados a ser a luz do mundo, o sal da Terra. A iluminar o mundo com a luz que de Cristo recebemos. Só o poderemos fazer, se abandonarmos toda a falsidade e hipocrisia que retiram ao Evangelho toda a sua eficácia. Só num coração humilde, vazio de si mesmo e reconhecedor das fraquezas, haverá espaço para o Criador. Nesse coração Deus habitará Isaías 57:15, e a luz resplandecerá. Sejamos sábios e humildes nessa escolha, “Porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado” Lucas 18:14.

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