Lição 9 - Educar para a vida: disciplinando

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Educar para a vida: disciplinando

Milhões de novos pais e mães assumem, cada ano, uma tarefa que se estima estar entre as mais difíceis que alguém pode desempenhar, a de ter um filho; um pequeno ser que é quase totalmente indefeso, assumindo a inteira responsabilidade pela sua saúde física e psíquica, e por educá-lo de modo a que se torne um cidadão de valor Provérbios 22:6. Não há tarefa mais difícil e exigente do que esta. Além disso, somos muito bem preparados para o desempenho profissional, mas não somos ensinados a ser pais. Só aprendemos fazendo, e é por isso que os pais não podem deixar de cometer erros, com frequência os mesmos que os seus próprios pais cometeram. lsto é verdade particularmente no que se refere à disciplina.

O que é disciplina?

No contexto da educação de uma criança, disciplinar é formar o seu espírito e o seu carácter, de maneira a que ela possa tornar-se um membro construtivo da sociedade e capaz de dirigir-se a si mesma, ou seja, de ser autónoma, capaz de pensar e agir por si própria. A autonomia é o objetivo último da disciplina e da educação. A palavra disciplinar tem a mesma raiz que a palavra discipular, tornar discípulo, ou seja, orientar para que o indivíduo siga um determinado caminho.

Disciplinar implica, pois, treinar, formar, através de instruções verbais e escritas, assim como pelos jogos, pela experiência escolar, pela imitação, pelo estabelecimento de normas e regras, pelo exemplo e... pela punição.

Três estilos parentais

Tomando como referências as atitudes de apoio e de disciplina, em que apoio se refere ao amor e à qualidade afetiva da relação, e disciplina à capacidade de orientar estabelecendo regras e fazendo-as respeitar, os pais podem dividir-se em três tipos, a que chamamos estilos parentais e que exploraremos nas secções seguintes.

Três estilos parentais

1. Pais agressivos

São pais demasiado exigentes e preocupados com a necessidade de controlar. São pouco acolhedores dos sentimentos e emoções dos filhos, dando-lhes pouco apoio emocional. Estão quase sempre zangados com os filhos. Esta atitude pode nem resultar do seu mau comportamento; podem estar zangados com muitas outras coisas, mas fazem-no pagar aos filhos. A maneira de libertarem a sua tensão é humilharem os filhos. Comunicam-se gritando e usam o medo e a ameaça como principal meio para controlar o comportamento dos filhos. Os pais agressivos dominam, mas não influenciam. O autoritarismo priva-os de autoridade junto dos filhos.

Efeitos desta atitude sobre a criança:

  • As crianças sentem a intenção destrutiva das humilhações.
  • Fecham-se em si mesmas e podem ficar profundamente perturbadas.
  • Podem tornar-se rebeldes e desafiadoras, medrosas e tímidas, ou uma mistura de ambas as atitudes.
  • Quando, pela independência pessoal, o medo desaparecer, estes filhos, então livres, farão o contrário do que Ihes foi imposto.

Três estilos parentais

2. Pais Permissivos

Os pais permissivos são pais que podem dar muito carinho e atenção aos filhos, mas exercem muito pouco controlo sobre o seu comportamento. Demitem-se completamente, deixando os filhos comportarem-se mal e fazerem tudo o que desejam. Podem tentar afirmar-se, mas acabam sempre por ceder às exigências dos filhos. As regras existem, mas ninguém lhes obedece. A criança reina no espaço familiar.

Efeitos desta atitude sobre os filhos:

  • Os filhos crescem desobedientes, sem saber o que devem ou não devem fazer, sem limites ao seu comportamento.
  • Crescem inseguros por falta de firmeza dos pais.
  • Têm dificuldade em fazer amigos porque não reconhecem os direitos dos outros.
  • Não são apreciados pelos adultos, fora do círculo familiar, por terem comportamentos indesejáveis.
  • Sentem-se rejeitados e mal-amados, tendo os mesmos problemas das crianças a quem não foi manifestado amor.

Três estilos parentais

3. Pais assertivos

Os pais assertivos são firmes, determinados e, interiormente, bastante confiantes e descontraídos, não se sentindo ameaçados pelo conflito. São pais que dão muito apoio emocional aos filhos e exercem um controlo, suficiente e inteligente, sobre o comportamento dos mesmos.

Os filhos sabem que aquilo que os pais dizem é para cumprir, mas, ao mesmo tempo, sabem que serão sempre acolhidos com verdadeiro interesse, amor e respeito. Nunca serão rebaixados ou humilhados. Estes pais fazem pedidos firmes e claros e dão ordens se for necessário, estabelecem regras consistentes e são coerentes com elas. Sabem negociar à medida que a criança cresce e se torna mais capaz. Sabem perdoar os filhos e reconhecer os seus próprios erros. Os pais assertivos são o modelo para o qual todos os pais devem tender. A assertividade é algo que se pode aprender com algum esforço, boa vontade e prática.

Efeitos desta atitude sobre os filhos:

  • Aprendem a confiar nos seus próprios sentimentos.
  • Aprendem a regular as suas próprias emoções e a resolver problemas de maneira positiva.
  • Têm uma elevada autoestima. São seguros, aprendem com facilidade e sem medos.
  • Relacionam-se facilmente com os outros e fazem muitos amigos.
  • São bem-vindos em qualquer lugar. Podem ter êxito em qualquer empreendimento.

Algumas dicas para uma disciplina eficaz:

Amor, base de toda a disciplina

Levar a criança a sentir-se amada é a parte mais importante da disciplina. Manifeste-lhe o seu amor, respeito e atenção. Interesse-se pelo que faz, porque o faz, e não apenas porque isso o incomoda a si. Um mau comportamento pode indicar fadiga, frustração, medo, sentimento de abandono, necessidade de atenção especial. Satisfaça as necessidades emocionais do seu filho.

Faça pedidos

Pedir é melhor do que dar ordens. Muitas vezes a criança muda de comportamento face a um pedido feito gentilmente.

Sugira comportamentos alternativos

Diga: "Escreve neste papel em vez de escreveres na parede. O papel foi feito para que escrevamos nele.” Quando os pais usam sugestões em vez de ordens, a criança considera que os pais são seus aliados para ajudá-la a modelar a sua conduta. Isso é muito importante.

Dê ordens

Mas somente quando for necessário, quando o pedido e a sugestão falharam; sobretudo se o comportamento da criança põe em risco o seu bem-estar. Por isso mesmo, uma ordem deve ser SEMPRE obedecida e os pais devem vigiar para se certificarem que foi cumprida. Devem também certificar-se de que a criança é capaz de a cumprir.

Use o castigo

Privar uma criança de algo de que gosta ou Ihe dá prazer, ou obrigá-la a algo que não gosta a fim de Ihe fazer sentir que o seu comportamento não será tolerado, é um recurso disciplinar importante e eficaz. Os castigos devem ser adequados à idade, em proporção com a gravidade da falta e, tanto quanto possível, em relação com ela. As crianças são muito sensíveis à justiça e à logica.

Saber perdoar

Quando uma criança se mostra sinceramente arrependida, a punição deixa de ter sentido, pois tem como objetivo isso mesmo, o arrependimento e a mudança. Quando perdoamos os erros aos nossos filhos, estamos a ensinar-lhes a perdoarem-se a si mesmos e a perdoarem aos outros, algo de que necessitarão ao Iongo da vida. É assim que Deus faz connosco, pobres seres humanos, tantas vezes aquém do que se esperaria de nós.

Disciplinar é formar a mente e o caráter de uma criança para que atinja a autonomia.

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Quais os estilos parentais mencionados na lição?

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Orientar e transmitir valores

Estabelecer regras e limites:

  • Melhor do que corrigir um mau comportamento, é orientar a criança para uma maneira de pensar e agir corretas. Os pais devem estabelecer as regras e os filhos devem obedecer, pois os pais, como adultos, é que sabem o que é bom para os filhos. As regras devem ser claras, simples, adequadas e firmes. As regras são para cumprir porque são boas e necessárias ao desenvolvimento dos filhos, e não segundo o estado de humor dos pais que podem eliminá-las quando bem-dispostos ou exigir rigidamente o seu cumprimento quando descontentes Efésios 6:4.

A altura ideal para a integração das regras por parte das crianças, é dos dois aos cinco anos. Não quer dizer que não continuem a fazê-lo depois, mas este é o momento mais propício.

  • Transmitir valores - As crianças não podem ficar entregues a si mesmas, ou à sociedade, sobre o que deve orientar a sua vida. Dar aos filhos um sentido para a vida é a tarefa prioritária dos pais e nesta tarefa, como em tantas outras, eles são insubstituíveis. Dizer-lhes o que é bom, o que vale a pena, quais os bens permanentes que devem orientar a vida e torná-la sempre mais fecunda. Ensinar-lhes a respeitarem-se a si mesmos, os outros e a amarem a Deus são valores permanentes.

  • A importância do exemplo - As crianças não aprendem apenas com o que se lhes diz. Aprendem, sobretudo, interiorizando os comportamentos que observam nos pais. Eles são os seus modelos e o que fazem fala infinitamente mais alto e é muito mais eficaz do que o que dizem.

  • Deus disse a Moisés: “Que os mandamentos que hoje te dou estejam sempre na tua memória, ensina-os continuamente aos teus filhos e repete-os tanto ao deitar, como ao levantar, quer estejas em casa, quer vás de viagem” Deuteronómio 6:6-7. O deitar, levantar, estar e viajar indicam o agir, por vezes inconsciente, dos pais diante dos filhos. Ao longo do seu crescimento, os filhos esquecem o que foi dito mas não o que foi vivenciado.

É certo que ser modelo é uma responsabilidade, mas é também um imenso privilégio, o aspeto mais nobre na arte de educar, porque obriga os pais a tornarem-se melhores pessoas por amor aos filhos. Este é o legado dos filhos aos pais.

A punição física é a forma mais primitiva e negativa de disciplinar.

Indique se a afirmação é verdadeira ou falsa

Quando os pais são assertivos, os filhos são:

Indique a(s) resposta(s) certa(s)

A minha oração

Pai, agradeço-te, uma vez mais, o privilégio que me dás de educar os meus filhos. Dá-me sabedoria quando eu falar e ajuda-me a ser coerente na minha forma de agir, para que a minha influência contribua para que os meus filhos se tornem pessoas amáveis, bondosas e bem-sucedidas.

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Educar uma criança não é tarefa fácil. É importante fazê-lo com um sábio equilíbrio entre amor e disciplina, o que representa um desafio para os pais e educadores.

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