Lição 7 - O Reino Unificado

O seu progresso nesta Lição:

(Imagem: Torre de David, Jerusalém, Israel)

O nascimento da monarquia

Já vimos como é que a ameaça dos filisteus levou os israelitas a sair das suas pequenas colónias agrícolas para se instalarem em cidades mais bem fortificadas. Infelizmente, isso revelou-se insuficiente. Com efeito, a ausência de uma organização central poderosa conduziu à anarquia e à guerra civil (ver Juízes 19:1-30 Juízes 20:1-48 Juízes 21:1-25). A sua defesa debilitou-se e passaram a sofrer cada vez mais pressão da parte dos filisteus.

Esta anarquia política e a agressão filisteia atingiram o seu apogeu nos meados do século XI a.C.. A população começou a exigir um rei que exercesse um poder tangível. Em dois lugares diferentes, Gibeá e Siló, foram encontrados indícios dessas tensões no seio do povo de Israel.

Em Tell el-Ful, a antiga Gibeá, a Norte de Jerusalém, foram descobertos vestígios de uma destruição datada do fim do século XII, correspondente, provavelmente, ao que se pode ler em Juízes 20:1-48. A anarquia política e social levou a uma guerra civil, no decurso da qual uma cidade israelita foi destruída por onze tribos de Israel.

Em Siló, as escavações também forneceram as provas de uma destruição que remonta a meados do século XI. A maior parte dos arqueólogos pensa que esta foi causada pelos filisteus, no momento da batalha de Eben-Ezer, relatada em 1 Samuel 4:1-22. Siló estava situada no meio das colinas. Era aí que se encontrava o tabernáculo, uma razão suplementar para que os filisteus atacassem esta cidade. A destruição do centro religioso dos israelitas teria sido uma vitória psicológica importante. Depois desta guerra santa, com a qual termina o livro de Juízes, e depois da batalha de Eben-Ezer, o território israelita ficou exposto a outros ataques dos filisteus. Um rei suficientemente poderoso, um exército regular e que representasse o poder do estado, poderiam remediar este problema. Foi justamente por isso que Deus permitiu que Samuel ungisse um rei 1 Samuel 8:9.

Qual destas razões motivaram os israelitas a pedirem um rei?

Selecione a resposta correta.

O tabernáculo estava na cidade de:

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Holy Lavra de Saint Sabbas the Sanctified)

Gibeá de Saul

Em 1 Samuel 11:4 podemos ler a expressão “Gibeá de Saul”. A destruição de Gibeá, mencionada acima, foi seguida por um período em que a cidade ficou praticamente deserta. Ao mesmo tempo, a tribo de Benjamin foi quase dizimada, como nos indicam Juízes 20:1-48 e Juízes 21:1-25. Antes da reconstrução da cidade, restava apenas uma fortaleza, com uma torre em cada um dos quatro ângulos. Gibeá ficava situada sobre uma colina um pouco a Norte de Jerusalém, no coração do território de Benjamin. Dominava uma grande parte do vale do Jordão a Leste e uma grande planície fértil a Oeste, um bastião ideal para a proteção do coração de Israel.

A fortaleza de Gibeá foi provavelmente construída por Saul e serviu-lhe de residência real, e daí a expressão “Gibeá de Saul”. Foi edificada com pedras brutas sobrepostas sem cimento, num estilo bem menos refinado do que o das casas importantes dos cananeus que residiam nas planícies. Não foram lá encontrados nenhuns objetos de ouro, nem de prata, nem de marfim nem pedras preciosas. O palácio de Saul foi um edifício bastante modesto.

A pobreza deste primeiro rei de Israel era evidente, embora a Bíblia não o diga de forma explícita. Os próprios princípios do direito israelita tendiam para um nivelamento social. O objetivo era manter uma certa igualdade, tanto no plano económico como no social. Numa sociedade deste tipo, a consolidação do poder real demorou tempo. Saul teve de agir com muito tato e de aceitar compromissos em todos os domínios. Um luxo excessivo no início do seu reinado teria minado o seu poder.

1 Samuel 9:1-27 1 Samuel 10:1-27 1 Samuel 11:1-15 1 Samuel 12:1-25 1 Samuel 13:1-23 e, especialmente, 1 Samuel 13:1-2, contam-nos como é que Saul foi feito rei. O relato mostra que foi preciso esperar pelo segundo ano para que Saul constituísse um pequeno exército, mostrando assim toda a prudência de que devia dar provas em face dos princípios israelitas. As imagens que nos são fornecidas pela Bíblia e pela arqueologia vão no mesmo sentido. Saul não era um rei de aspeto majestoso.

Assinale a afirmação correta:

Selecione a resposta correta.

Gibeá de Saúl, era uma cidade:

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Montanha de Gilboa)

Guerra civil perto de Gibeão

Depois da morte de Saul e de Jónatas na batalha perto do monte Gilboa, David, que tinha sido ungido rei por Samuel pouco antes, começou a revelar as suas verdadeiras aspirações. Em Hebrom, foi coroado rei de Judá, mas as tribos de Israel (a parte Norte do país) estavam mais voltadas para Isbosete, um dos filhos de Saul. Com o apoio de Abner, o comandante-chefe do exército de Saul, Isbosete reinou no Norte do país. Os dois exércitos encontraram-se em Gibeão, uma cidade a noroeste de Jerusalém, perto de Gibeá, a capital de Saul. Foi estabelecida uma trégua. Os chefes dos dois exércitos, Abner e Joabe, encontraram-se perto do tanque de Gibão, a fim de negociar. Foi decidido que cada campo enviaria doze homens valentes para combater. Segundo 2 Samuel 2:1-32, os 24 soldados morreram e o combate ficou sem vencedor. Por isso, apesar de tudo, os dois exércitos tiveram que se enfrentar. Daí resultou uma vitória para David.

Foi descoberto um poço em Gibeão, provavelmente muito perto do lugar onde se desenrolou essa célebre batalha. No interior desse poço de dez metros de diâmetro, uma escada em caracol levava até ao fundo, cerca de oito metros mais abaixo. Mais tarde, um túnel ligou este poço a uma fonte.

Hoje, o poço está seco. As suas dimensões não têm nada de extraordinário; mas trata-se do poço mais antigo encontrado na Palestina até agora. É um dos primeiros poços que foram cavados e podemos compreender que fosse o orgulho daqueles homens.

Assinale a afirmação correta:

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Ilustração de Salomão)

As construções de Salomão

Sabemos muito pouco sobre as realizações arquitectónicas de David. Preocupado com a expansão do seu reino, restava-lhe, certamente, pouco tempo para construir. As grandes construções só são possíveis em tempo de paz. Essa paz foi parte da herança deixada por David ao seu filho Salomão, que recolheu os frutos dos esforços do seu pai. Assim, Salomão pôde consagrar uma parte importante do seu tempo a cultivar a sabedoria, a arte e a estética. O modo como ele evidenciou a grandeza da sua monarquia oriental foi imortalizada num provérbio.

Há indícios bíblicos e arqueológicos que nos indicam que, para tornar possível esse fausto, o povo devia ser pesadamente tributado. Isso pode ver-se claramente em 2 Reis 12:1-21, que conta o acesso ao trono de Roboão, o filho de Salomão. As tribos do Norte do país recusaram reconhecer Roboão, uma vez que ele tinha a intenção de lhes impor um jugo tão pesado como o do seu pai Salomão. Aparentemente, as exigências de Salomão suscitavam um descontentamento cada vez maior.

Os arqueólogos que estudam o período de unificação do Reino servem-se de dois versículos bíblicos como ponto de partida das suas investigações: 1 Reis 9:15 e 1 Reis 9:19.

O que Ramsés II foi para o Egipto, foi-o Salomão para Israel. A Bíblia afirma que Salomão tomou a iniciativa de numerosas construções. Esse facto é confirmado pelas descobertas arqueológicas, como veremos no decorrer desta lição.

(Imagem: Modelo do Templo de Salomão)

As construções de Salomão

A. O templo de Salomão

As numerosas escavações feitas em Jerusalém não permitiram descobrir os vestígios do templo de Salomão. Geralmente, presume-se que esse templo foi construído sobre o terreno rochoso mais elevado, onde se situa atualmente a Mesquita de Omar. O templo de Salomão foi destruído em 586 a.C., na altura da tomada de Jerusalém pelos babilónicos. Os vestígios foram, provavelmente, totalmente eliminados pelos construtores posteriores, como Zorobabel e Herodes.

Alguns arqueólogos chamaram a atenção para uma fissura na alvenaria perto da extremidade Sul do muro da esplanada do templo e sugerem que essas pedras podem datar do tempo de Salomão. Mas não dispomos de nenhuma prova que confirme essa hipótese.

A partir de 1 Reis 6:1-38 e 1 Reis 7:1-51, onde podemos ler uma descrição pormenorizada do templo, numerosos pesquisadores tentaram realizar uma maqueta. Hoje, é possível termos uma ideia relativamente fiável do templo.

(Imagem: Modelo do Templo de Salomão)

As construções de Salomão

B. O palácio de Salomão

Tal como aconteceu com o templo, nada restou do grande palácio que Salomão mandou construir em madeira de cedro. As informações fornecidas por 1 Reis 7:1-51 permitem-nos supor que o palácio teria sido construído ao lado do templo, e que ainda era maior do que este. A construção do palácio demorou treze anos, enquanto que, para o templo, bastaram sete anos. Tudo leva a crer que o templo fazia parte de todo o complexo ligado ao palácio, como era o caso em Tell Tayinat, na Síria. De todos os templos encontrados, é o que mais se assemelha ao templo de Salomão.

Além do templo de Jerusalém, Salomão edificou também:

Selecione a resposta correta.

Quem destruiu o Templo de Jerusalém e o palácio de Salomão?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Modelo do Templo de Salomão)

As construções de Salomão

C. O Milo 2 Samuel 5:9 1 Reis 9:15 1 Reis 9:24

Em certas versões bíblicas, esta palavra não foi traduzida, porque os tradutores não chegaram a acordo quanto ao seu significado. É derivada de uma palavra que significa “encher”. “Milo” designaria, portanto, alguma coisa que se pode encher de um modo ou de outro. Depois de ter trazido à luz uma pequena parte da cidade antiga de Jerusalém nos anos sessenta, Kathleen Kenyon avançou a hipótese de que Milo fosse uma série de terraços formados por rochas, realizados ao longo das encostas da cidade velha. Esses terraços estavam “cheios” de uma grande quantidade de pedras, necessárias para o seu nivelamento. As escavações realizadas mais tarde pela Universidade Hebraica permitiram concluir que esses terraços tinham sido construídos depois da época de Salomão. No entanto, sob os terraços, foi descoberta uma barreira em pedra que data do tempo de Salomão e que servia para facilitar a defesa da cidade. É muito provável que esta barreira, cheia de pedras, fosse, de facto, o Milo de Salomão.

As construções de Salomão

D. A metalurgia

1 Reis 7:1-51 descreve vários objetos destinados ao templo e fabricados em cobre e noutros metais. O mais notável desses objetos foi, certamente, a bacia de latão fabricada numa só peça. Com os seus cinco metros de diâmetro, este exemplo de habilidade metalúrgica suscitaria ainda hoje a admiração. Um estudo recente das dimensões e de outras especificidades desta bacia, descritas em 1 Reis 7:1-51, pôs em evidência uma notável exatidão matemática. Era realmente necessária uma tecnologia avançada para conseguir esta proeza!

Em várias zonas do recinto do templo havia outras bacias mais pequenas, colocadas sobre bases. Uma delas, em bronze, datando desta época, foi encontrada em Tell es-Saidiyeh, no vale do Jordão. A base, ornamentada com romãs, é semelhante às das bacias descritas em 1 Reis 7:38.

Muito antes deste tempo, tinham sido exploradas minas de metais e, principalmente, de cobre na península do Sinai. Os egípcios primeiro, depois os israelitas, utilizaram estas minas de cobre situadas perto de Timna, a alguns quilómetros a Norte do golfo de Acaba. Os vestígios mostram que o seu apogeu se deu no tempo de Salomão. A maior parte dos arqueólogos afirmam que os objetos citados em 1 Reis 7:1-51 foram realizados a partir do cobre extraído nestas minas. A fundição do minério fazia-se no próprio lugar, sendo depois o cobre transportado, para com ele se forjarem os objetos necessários ao templo.

(Imagem: Mercado antigo)

As construções de Salomão

E. O comércio

Os minérios foram, provavelmente, transportados por caravanas que pertenciam às autoridades. A Bíblia menciona o comércio lucrativo de Salomão com os povos vizinhos 1 Reis 9:26-28. Os arqueólogos descobriram um número importante de cidades construídas no tempo de Salomão, que tinham muitos edifícios públicos, entre os quais havia vários claramente destinados à conservação de estoques. Tudo parece indicar que Salomão mandou construir essas cidades-armazém em lugares estratégicos em todo o país, a fim de permitir um transporte rápido das mercadorias. Numerosos ostracons (pedaços de objetos de barro contendo partes de textos) mais recentes foram identificados como sendo uma espécie de recibos para mercadorias transportadas de um depósito para outro. Um desses textos fala mesmo de Ouro de Ofir, como em 1 Reis 9:28.

O comércio com o Egipto necessitava de longas viagens através do deserto do Sinai, onde as tribos nómadas agressivas espreitavam e pilhavam as caravanas. No reinado de Salomão, o Neguev, a região desértica ao Sul da Palestina, era protegido por uma rede de fortificações situadas ao longo dos itinerários seguidos pelas caravanas, a fim de preservar os interesses comerciais de Salomão e defender a fronteira Sul de Israel. Era nestas fortificações que os transportadores podiam passar a noite. Os soldados que aí estavam colocados tinham por missão proteger as caravanas contra os bandos de ladrões itinerantes. Assim, Salomão conseguiu, ao mesmo tempo, preservar os seus investimentos comerciais e aumentar a fama do seu reino.

Assinale as afirmações que correspondem à realidade histórica.

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Gezer)

As construções de Salomão

F. Hazor, Megido e Gezer

Os dados arqueológicos mais espetaculares, relativos ao tempo de Salomão, vêm-nos das três cidades mencionadas em 1 Reis 9:15: Hazor, Megido e Gezer. A história da descoberta arqueológica destas três cidades estende-se por um período de sessenta anos aproximadamente, a partir das primeiras escavações perto de Gezer, por volta de 1910, até às mais recentes, perto de Megido. Na primeira lição, já mencionámos as escavações feitas por R. A. S. Macalister perto de Gezer. A sua técnica era a habitual naquela época, mas o número limitado de supervisores teve como consequência que nem todas as descobertas foram registadas de modo satisfatório. No relatório final da sua campanha arqueológica, ele apenas pôde apresentar algumas provas a respeito da cidade de Salomão. Se a sua hipótese se tivesse revelado exata, isso significaria que a afirmação bíblica de 1 Reis 9:15, segundo a qual Salomão tinha mandado construir Gezer, estava errada. Quando se fizeram as escavações em Megido, nos anos trinta (ver lição 1), foram descobertos muitos elementos relativos à época de Salomão. Esta cidade possuía muralhas, que incluíam várias casamatas*. A porta da cidade, que fazia parte das muralhas, é considerada única na história da arqueologia. Geralmente, a porta era o elo fraco na fortificação de uma cidade. Para reduzir a sua vulnerabilidade, construía-se uma torre de cada lado da porta, assim como vários pequenos portões de acesso ao interior da mesma. A porta que Salomão mandou construir em Megido era ladeada por duas torres e munida de quatro portões internos (em vez dos dois ou três habituais). Tinha sido igualmente construída, de um lado e do outro de cada pequena porta interior, uma sala para os guardas. Um inimigo potencial teria, portanto, que atravessar quatro portões defendidos, cada um deles, por vários guardas.

A parte Sul dos vestígios encontrados revela um grande edifício, constituído por um grande pátio, com várias salas longas e estreitas. Tratava-se das estrebarias da cavalaria de Salomão, mencionadas em 1 Reis 9:19. Ao lado das estrebarias encontrava-se um palácio imponente que servia, provavelmente, de residência a Salomão quando este estava fora de Jerusalém. Um bom número de outros edifícios importantes, entre os quais um segundo complexo de estrebarias, a Norte da cidade, também datam do tempo de Salomão. Contrariamente às escavações realizadas perto de Gezer, as descobertas feitas em Megido confirmam fortemente o relato bíblico do reino de Salomão.

Nos anos cinquenta, foram feitas escavações em Hazor, a Norte do lago da Galileia (ver lição 6), dirigidas por Yigael Yadin. A camada que datava da época de Salomão revelou uma porta que, pelas suas dimensões, pela sua forma e pelo seu estilo, era praticamente idêntica à encontrada em Megido. Isto sugere, não só que foram construídas na mesma época, mas também que foram obra do mesmo arquiteto.

Talvez elas sejam o testemunho de um plano arquitetónico ambicioso de Salomão para as suas cidades reais Esta questão intrigante tornou-se ainda mais importante quando Yadin examinou de perto as suas descobertas. As semelhanças entre as portas de Hazor e de Megido eram demasiado evidentes para serem ignoradas. Então, interrogou-se sobre a possibilidade de, nas escavações realizadas antes em Gezer – de modo bastante negligente – se terem enganado na identificação de uma porta do tempo de Salomão. As semelhanças notáveis entre Hazor e Megido pareciam confirmar realmente o relato de 1 Reis 9:15. Nesse caso, poderia presumir-se que Gezer estava munida de uma porta semelhante…

Ao estudar os relatórios de Gezer, Yadin notou que se fazia menção de uma construção perto das muralhas, identificada por Macalister como uma fortaleza do tempo dos Macabeus, ou seja, por volta de 150 anos a.C.. Ficou impressionado por constatar que uma parte deste edifício tinha exatamente a mesma forma que metade das portas de Megido e de Hazor. Além disso, os desenhos indicavam mais ou menos as mesmas dimensões. Nesse preciso momento, uma equipa americana estava ocupada a fazer escavações em Gezer. A pedido de Yadin, essa equipa aceitou deitar mão outra vez à “fortaleza macabeia”. Foi assim que a outra metade da porta foi descoberta… e preencheu todas as expectativas. Chegou-se à conclusão de que esta porta datava, realmente, do tempo de Salomão. O relato de 1 Reis 9:15 era, portanto, exato. As três cidades, Hazor, Megido e Gezer, tinham portas que datavam da época de Salomão, idênticas quanto à forma, à dimensão e ao processo de construção. A hipótese de um plano global de construção sugerido em 1 Reis 9:15 confirmou-se.

Mas a história não acaba aqui. Em consequência das escavações feitas perto da porta de Hazor, Yadin notou que o muro de Salomão era de um estilo diferente do de Megido. Em vez de uma muralha com reforços salientes e reentrantes, descobriu uma muralha com casamatas. Este tipo de muralha consiste em dois muros paralelos, relativamente estreitos, distantes um do outro mais ou menos 3 metros. De cinco em cinco ou de oito em oito metros, os dois muros são ligados por muretes de junção, formando assim salas isoladas, que podem ser usadas como depósito ou até como habitação. Em tempo de guerra, a muralha podia ser reforçada enchendo essas divisões com escombros.

Ao analisar a semelhança entre as portas das três cidades, Yadin pensou que o mesmo deveria acontecer com as muralhas. Ter-se-iam enganado os arqueólogos em Megido? Já tinham cometido outros erros… Onde é que devia ser procurada a muralha do tempo de Salomão em Gezer? Yadin estudou de novo os relatórios sobre Gezer e descobriu uma estrutura em casamatas que, segundo os pesquisadores americanos, estava ligada à porta de Salomão. Concluiu-se daí que tanto Hazor como Gezer tinham portas com um sistema de quatro portões internos bem como muralhas em casamata, enquanto que Megido tinha um outro tipo de muro, embora a porta fosse idêntica. Yadin estava cada vez mais convencido de que os arqueólogos tinham cometido erros a respeito de Megido. Depois de terminar os seus trabalhos em Hazor, começou novas escavações em Megido. Mandou limpar o muro com os reforços salientes e reentrantes, a fim de verificar se não haveria casamatas debaixo dos escombros. As suas escavações em Hazor tinham demonstrado que, na época do rei Acab, tinha sido construído um muro maciço com reforços sobre a muralha em casamatas. Teriam feito a mesma coisa em Megido? Com efeito, quando a limpeza terminou, apareceu um muro em casamatas, idêntico aos de Hazor e de Gezer. O estudo da cerâmica encontrada no lugar confirmou a hipótese de Yadin. Esta muralha em casamatas datava da época de Salomão, enquanto que o muro maciço com reforços reentrantes e salientes tinha sido construído um século mais tarde, no reinado de Acab.

Assim terminava uma grande aventura arqueológica. A sugestão feita em 1 Reis 9:15, segundo a qual as construções de Hazor, Megido e Gezer faziam parte de um imenso plano arquitetónico do rei Salomão, foi confirmada de modo notável. As evidências são tais que nenhum arqueólogo moderno duvida ainda da exatidão deste texto bíblico. Depois das escavações feitas em 1910, tudo parecia indicar o contrário, mas os trabalhos de Yadin provocaram uma reviravolta na situação.

Quais são as três cidades cujas escavações nos dão informações sobre as atividades de construção de Salomão?

Selecione a resposta correta.

Que elementos permitem concluir que Salomão foi o construtor das três cidades mencionadas?

Selecione a resposta correta.

Conclusão

Grande número de pesquisadores confirma que os dados bíblicos relativos à unificação do reino são particularmente exatos. Não temos informações arqueológicas que contrariem esses relatos. Muito pelo contrário. Todas as descobertas vêm corroborar a exatidão das informações contidas nestes capítulos da Bíblia.

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