Lição 8 - O Reino Dividido

O seu progresso nesta Lição:

(Imagem: Tel Lachish)

A invasão de Sisaque

Infelizmente, dispomos de muito poucos dados arqueológicos concretos relativos à divisão de Israel em duas nações distintas, que ocorreu depois do reinado de Salomão. No entanto, é de salientar a existência de dois estilos diferentes de olaria, no Norte e no Sul do território inicial. Do mesmo modo, desenvolveram-se dois dialetos diferentes, provenientes do hebraico, revelando a separação social e política.

No entanto, a arqueologia confirma apenas as grandes linhas dessa cisão, com a ajuda de um grande número de pequenas descobertas que nos dão informações sobre essa época.

No quinto ano do rei Roboão, filho de Salomão, Sisaque, rei do Egipto, invadiu o reino de Judá. Destruiu um certo número de cidades e levou os tesouros do templo 1 Reis 14:25-26 2 Crónicas 12:4.

Segundo os arqueólogos, a destruição dessas cidades bíblicas teve lugar por volta do fim do século X a.C.. Este período tornou-se um ponto de referência importante para o estudo das descobertas arqueológicas, de tal maneira são numerosos os vestígios de destruição no conjunto do território de Judá.

Depois da partida de Sisaque, Roboão parece ter fortificado bastante o seu reino. Embora a Bíblia mencione de passagem essa campanha de reconstrução, abundam os dados arqueológicos nesse sentido. Tudo leva a crer que Roboão reconstruiu Laquis de modo magistral. Era uma das cidades mais importantes a sudoeste de Jerusalém. Um grande edifício, semelhante a um palácio, foi construído sobre uma imponente plataforma no centro da cidade. Ainda hoje, esta construção é o elemento mais notável deste lugar. Os pesquisadores pensam que se trata do palácio de Roboão, quando ele ia para fora de Jerusalém. Dado que as cidades reais de Hazor, Megido e de Gezer, construídas por Salomão, pertenciam todas a Jeroboão, que reinava sobre o reino do Norte, Roboão transformou Laquis na segunda cidade real de Judá. Foram edificadas fortificações impressionantes, entre as quais uma dupla muralha, destinada, provavelmente, a proteger a cidade contra um novo ataque dos egípcios. Com efeito, Laquis estava situada perto da fronteira ocidental do território habitado de Judá. As planícies, situadas um pouco mais a oeste, eram ocupadas pelos filisteus, que se aliavam muitas vezes aos egípcios.

Que evidências históricas ilustram a divisão de Israel em dois reinos, após a morte de Salomão?

Selecione a resposta correta.

O reino de Salomão foi dividido em que partes?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Jerusalém)

Jeroboão

Quando Jeroboão se separou da casa de David, com as dez tribos do Norte, teve que ter em conta os adoradores fiéis que continuavam a ir ao templo, em Jerusalém. Eles levavam consigo animais e mercadorias destinados aos sacrifícios, debilitando assim a economia do seu reino em proveito do reino de Judá. Por isso, mandou construir dois templos nas duas extremidades do seu reino: um em Betel, perto de Jerusalém, para acolher os peregrinos que se dirigiam para o templo de Jerusalém, e o outro em Dã, no extremo Norte do país, onde existia já um lugar sagrado Juízes 18:1-31.

No entanto, as escavações feitas em Betel não permitiram encontrar o templo. Mas, em Dã, a expedição israelo-americana descobriu os vestígios do que foi provavelmente um santuário. Na Antiguidade, os visitantes penetravam na cidade de Dã por uma grande porta e atravessavam uma ampla praça onde se erguia uma espécie de pódio sobre o qual o rei ou o juiz podiam presidir. Seguindo um caminho monumental, pavimentado com grandes pedras planas (é uma das grandes construções do tempo dos reis de Israel mais bem conservadas entre as encontradas até agora), eles atingiam finalmente o centro da cidade. Esta avenida atravessava a cidade de lado a lado e levava igualmente ao recinto do templo.

O pátio do templo também era pavimentado com pedras cuidadosamente talhadas. Uma grande escadaria conduzia a um promontório realizado graças a um trabalho de construção notável. Os arqueólogos não descobriram nada sobre esta elevação, embora um templo ou um santuário tivessem provavelmente ocupado esse lugar naquele tempo. Alguns arqueólogos pensam que terá sido um grande altar destinado a sacrifícios em massa. A Bíblia chama a esse altar um “lugar alto”. Seja como for, não resta qualquer dúvida de que foi um lugar sagrado mandado construir por Jeroboão e que a Bíblia menciona em 1 Reis 12:29.

O que motivou o rei Jeroboão a construir dois lugares sagrados no seu reino?

Selecione a resposta correta.

Na cidade de Dã, havia uma avenida que atravessava a cidade. Qual era o material ali usado?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Ilustração de Amós)

Uma religião herética

Estas construções heréticas foram desaprovadas por dois profetas: um, que ficou anónimo, é mencionado em 1 Reis 13:1-34; o outro é o profeta Amós. Ambos se pronunciaram contra o altar de Betel em termos inequívocos. Estes profetas, como muitos outros, condenaram os numerosos lugares sagrados alternativos situados um pouco por toda a parte em Israel e em Judá. Foram encontrados muitos desses lugares, sobretudo em Judá.

(Imagem: Muro da antiga cidade de Jerusalém)

Descobertas em Arade

Perto das fortificações de Arade, destinadas a proteger a fronteira Sul de Judá no tempo dos reis, foi descoberto um templo. Estava situado num dos ângulos da fortaleza. Uma porta dava acesso ao pátio do templo. No meio desse pátio encontrava-se um altar cujas dimensões correspondiam exatamente às dimensões do altar do tabernáculo Êxodo 27:1, construído em pedras não trabalhadas, como estava ordenado em Êxodo 20:25. E ficam por aqui as semelhanças com o templo oficial. Quando se entrava no “lugar santo”, era notória a sua forma retangular. Mas estava orientado em largura e não em comprimento, como era o caso no tabernáculo e no templo de Salomão. Tinham sido colocados bancos ao longo das paredes e, na parede em frente da entrada, podia ver-se um grande nicho elevado, que correspondia ao “santo dos santos”. Este nicho não formava uma divisão à parte do resto do templo. Talvez houvesse uma cortina a protegê-lo, como no tabernáculo. Os degraus da escadaria que levava a este nicho são semelhantes aos degraus que davam acesso ao santo dos santos no templo de Salomão.

No cimo dos degraus, tinham sido colocados dois altares de incenso, sobre os quais foram encontrados restos de incenso. Atrás destes altares, encontrava-se a parte mais sagrada do templo. Foram aí encontradas muitas pedras altas, cujo significado exato ainda desconhecemos. Certos arqueólogos sugerem que se tratava de monumentos que comemoravam uma aliança ou um pacto entre a tribo de Judá e as tribos nómadas do Sul, como os queneus 1 Samuel 15:6. O arqueólogo que efetuou as escavações pensa que este templo foi abandonado quando o rei Josias fez as suas reformas, mas os argumentos de que ele dispõe são bastante fracos. É muito possível que este santuário tenha sido mantido em funcionamento até à destruição de Judá pelos babilónicos. A destruição também poderia ser devida à invasão de Senaqueribe, o monarca assírio que sitiou Jerusalém por volta de 700 a.C..

Que diferenças havia entre o templo israelita encontrado em Arade e o de Jerusalém?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Deserto do Neguev, Israel)

Um altar em Berseba

Em Berseba, o centro urbano mais importante do deserto do Neguev, os arqueólogos encontraram um grande altar com chifres, construído em pedras cuidadosamente trabalhadas (em contradição com as diretivas de Êxodo 20:25)

As pedras do altar tinham sido incorporadas na parede de alguns silos, construídos no século VIII a.C.. Quando se reconstruiu o altar, descobriu-se que havia pontas salientes, semelhantes a chifres, a ornamentar os quatro cantos, como sucedia no altar de Jerusalém. No entanto, num dos lados, estava gravada a imagem de uma serpente. Embora os judeus tivessem tendência a venerar a serpente que Moisés tinha levantado no deserto, esta era, acima de tudo, um símbolo vulgarmente adorado pelos cananeus. A serpente estava ligada à vida eterna, já que, todos os anos, ela se libertava da sua pele para se tornar uma nova criatura.

Não foi encontrado nenhum templo em Berseba. Este altar é, portanto, um elemento importante que sugere a existência de um culto herético neste lugar. Isso confirma as mensagens do profeta Amós que condenava essas práticas. O facto das pedras serem reutilizadas para construir as paredes dos silos que datam do século VIII a.C. pode ser um indício que demonstra que o altar foi destruído na altura da reforma religiosa. Assim se confirmaria a existência de um clima religioso instável como o que é descrito nos livros de Samuel e de Reis.

(Imagem: Ramon Crater no Negev Desert)

Inscrições a Sul do Neguev

Na zona Sul do deserto do Neguev foram descobertos os restos de uma fortificação israelita datada do século VIII a.C.. As escavações permitiram fazer algumas das descobertas mais espetaculares relativas à época dos reis de Judá.

Como tinha acontecido em Arade, um templo foi incorporado na fortaleza. Mas, ao contrário do santuário encontrado em Arade, as paredes tinham sido rebocadas e cobertas de inscrições gravadas. Essas inscrições eram tão numerosas que duplicaram o número de inscrições hebraicas encontradas até esse momento. A maior parte delas mencionam votos e súplicas de viajantes que visitavam o santuário. Textos em fenício mencionam o nome dos deuses cananeus (fenícios). Isso sugere que havia uma amálgama de religiões praticadas neste santuário. A inscrição mais intrigante está em hebraico: trata-se de uma oração que invoca a bênção de Jeová, o Deus de Israel. Uma outra frase é extremamente interessante: “E a sua Astarote.” Astarote era o nome de uma deusa que é mencionada muitas vezes nos textos de Ugarit e que teve um papel importante no culto a Baal, tal como este foi praticado por muitos israelitas Juízes 6:1-40.

No entanto, é a primeira vez que o nome desta deusa aparece ligado a Jeová. Astarote era a deusa mãe e o símbolo da fertilidade. Tudo leva a crer que certos grupos israelitas acreditavam que Deus tinha uma esposa!

Este texto, bem como a utilização deste santuário pelos fenícios, são indícios fortes que indicam que este santuário fazia parte de um sistema religioso em que os elementos do culto a Jeová estavam misturados com elementos do paganismo cananeu. Ao serem analisados todos os dados religiosos descobertos pelos arqueólogos ao longo dos anos de escavações em Israel e em Judá, chega-se à conclusão de que os vestígios de cultos idólatras são mais numerosos do que os do culto ortodoxo! Por isso, não é de estranhar que os profetas voltem com tanta frequência à carga condenando a idolatria do povo. A arqueologia vem confirmar os erros espirituais do povo denunciados pelos profetas.

Que descobertas relacionadas com os templos provam a existência de um sincretismo religioso?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Samaria)

Samaria

Quando Omri se apoderou, pela força, do reino do Norte 1 Reis 16:1-34, deslocou a capital para uma colina até então desabitada no centro de Efraim. Situada no meio de uma planície rodeada de montanhas, esta colina era fácil de defender. A cidade foi chamada Samaria, como o nome do proprietário a quem Omri tinha comprado a colina (Shémér). Omri começou a construção da cidade, mas foi o seu filho Acabe, marido de Jezabel, que a acabou. A construção foi realizada com minúcia, já que as juntas foram fechadas e os lados polidos com cinzel. A cidade foi construída à volta de um grande palácio fortificado, rodeado de armazéns, de silos e de habitações para o pessoal. O palácio real encontrava-se mesmo no meio. Embora tenha sido destruído pelo rei assírio Salmaneser V, quando este tomou Samaria em 722 a.C., uma parte do seu esplendor foi conservada.

(Imagem: Ruínas de casa de pedra israelita em Tel Hazor)

Riqueza e poder do rei Acab

1 Reis 22:39 menciona uma casa de marfim mandada construir por Acab. É difícil acreditar que essa construção fosse inteiramente de marfim. Quando foram feitas escavações em Samaria, foi descoberto um palácio muito bonito feito em pedra. Nessas ruínas, foram encontrados numerosos fragmentos de objetos de marfim, que tinham servido para decorar os móveis e as paredes do palácio. Quando foi descoberto o palácio dos reis assírios em Nimrode, encontraram-se objetos semelhantes, também feitos de marfim. É provável que esses objetos fizessem parte do espólio que os assírios levaram depois de terem tomado a cidade. Os fragmentos encontrados em Samaria provêm, provavelmente, de objetos partidos que foram deixados para trás. O palácio em si não era, portanto, feito de marfim, mas merecia certamente o seu nome por causa da abundância de objetos feitos nesse material.

Acab não parou depois da construção de Samaria. Há vestígios do seu reinado em Megido e em Hazor, sobre ruínas que datam do tempo de Salomão. Embora o reinado de Acab tenha sido um dos períodos mais sombrios da história religiosa de Israel, a prosperidade foi maior do que sob qualquer um dos outros reis israelitas. Quando os monarcas da Síria e da Palestina se uniram numa coligação destinada a resistir aos temidos assírios na batalha de Quarqar, em 853 a.C., o destacamento de Acab e os seus 2000 carros de combate foi certamente o mais importante do exército siro-palestino. Este pormenor é claramente visível nos relatos feitos por Salmaneser III, o monarca assírio, que não tinha qualquer motivo para exagerar o poder de Acab. Os laços que ligavam Acab aos fenícios, através da sua esposa Jezabel, foram para ele uma ajuda, de certo.

Assinale a afirmação correta:

Omri deu o nome de Samaria a uma cidade. De onde veio o nome?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Samaria)

A queda de Samaria

Apesar de uma forte defesa, os assírios, sob o comando de Salmaneser V e do seu general – que mais tarde seria conhecido sob o nome de Sargão II – conseguiram tomar a cidade de Samaria em 722 a. C.. Uma grande parte da população foi capturada e deportada para as regiões do Norte e do Leste da Assíria. Não sabemos mais nada, a não ser que, mais tarde, alguns se juntaram aos judeus em Babilónia. Foi encontrado em Babilónia um selo com um nome hebreu, datado de mais ou menos 600 a.C.. A sua particularidade reside no facto do nome do pai desse homem hebreu ser um nome assírio, o que leva a pensar que a família fazia provavelmente parte dos deportados que se juntaram aos seus irmãos em Babilónia.

O relato bíblico dos cercos repetidos a Samaria pelos assírios e pelos arameus revela uma violência extrema. A população deve ter sofrido imenso. Fortes evidências arqueológicas sugerem que muitos israelitas tentaram escapar aos assírios refugiando-se em Judá que, nessa altura, ainda mantinha boas relações com a Assíria e tinha, por isso, menos a temer.

Até à época de Salomão, a cidade de Jerusalém limitava-se a um cume estreito acima do vale de Cédron. Quando Salomão construiu o seu palácio e o templo, a cidade estendeu-se progressivamente para Norte, até duplicar a sua superfície. Os dados arqueológicos provenientes das escavações intensas, feitas um pouco por toda a parte em Jerusalém, levaram à conclusão de que a cidade não se tinha desenvolvido até à época de Ezequias, no final do século VIII a.C.. Sob o reinado de Ezequias, Jerusalém tornou-se, em muito pouco tempo, cinco vezes maior. Provavelmente, ela foi invadida pelos refugiados vindos de Samaria, que montavam as suas tendas no vale e na parte Oeste de Jerusalém.

O relato bíblico é, assim, confirmado de várias maneiras. Em primeiro lugar, a versão bíblica da violenta invasão dos assírios é confirmada pelos vestígios do caos no seio da população do reino do Norte. Se a isso juntarmos os vestígios de uma destruição impiedosa de Samaria, deduzimos que o relato bíblico é digno de confiança nesse ponto. Além disso, nas suas crónicas, o rei assírio Sargão II vangloria-se da tomada de Samaria. A queda da capital do reino do Norte, tal como a Bíblia a relata, já não levanta quaisquer dúvidas.

As descobertas arqueológicas acrescentam certos pormenores muito realistas ao relato bastante sucinto de 2 Reis 17:1-41. A multidão de refugiados que vai para Jerusalém salienta todo o sofrimento e a angústia provocados pela invasão assíria.

Que rei conquistou a cidade de Samaria no século 8 a.C., e de que país era ele?

Selecione a resposta correta.

Que povos atacavam repetidamente Samaria?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Túnel de Ezequias)

A invasão de Senaqueribe

Depois do cerco e queda de Samaria, os poderosos exércitos assírios dirigiram-se para Judá, o reino do Sul. A sua intenção era irem até ao Egipto. Nessa época, reinava em Judá Ezequias, um rei justo e bom. O profeta Isaías aconselhou-o a manter a sua confiança: o Deus de Israel salvaria Judá dos seus inimigos. Ezequias preparou-se, portanto, para resistir, a fim de libertar o seu povo das influências assírias. Tomou medidas destinadas a defender Jerusalém contra o ataque inevitável dos assírios. Os vestígios arqueológicos desses preparativos são espetaculares.

Desde a época de Salomão que não tinha havido tantos trabalhos de construção. Era sobretudo o campo de refugiados a Oeste da cidade que representava um problema. Como é que Ezequias podia protegê-lo contra a violência assíria? Foi encontrada uma muralha maciça, com a espessura de sete metros. Tinha sido construída à volta do campo de refugiados, incluindo assim este último perímetro da cidade fortificada de Jerusalém. Esta tinha-se tornado uma das maiores cidades da Siro-Palestina. A espessura da muralha mostra que Ezequias tentava proteger-se da maior potência militar da época.

Para o seu abastecimento de água, Jerusalém dependia da fonte de Giom, situada na encosta da colina a Leste da cidade. Esta fonte era particularmente vulnerável, dado que estava situada fora das muralhas. Construir paredes fortificadas não era possível. A partir do Monte das Oliveiras, situado nas proximidades, os arqueiros inimigos poderiam facilmente atingir quem fosse buscar água.

Era por tanto, imperioso levar a água da fonte de Giom para o interior das muralhas, onde os sitiados poderiam abastecer-se sem correr riscos. Antes da conquista de Jerusalém por David, os jebuseus tinham cavado um pequeno túnel que conduzia a água até ao interior da fortaleza. Mas dado que a sua capital era muito maior, Ezequias devia arranjar um sistema mais eficaz.

Começaram a cavar um túnel com mais de 500 metros no terreno rochoso. Esse túnel levou a água para um lugar a Oeste da cidade de David, mas, desta vez, no interior das novas muralhas mandadas construir por Ezequias. Esse lugar, onde se podia conseguir água em completa segurança, foi chamado o tanque de Siloé. Foi aí que, muito mais tarde, Jesus curou um cego. Num certo lugar do túnel, foi descoberta uma inscrição em hebraico que dá informações sobre a realização deste projeto. Duas equipas de operários trabalharam em simultâneo, começando nas duas extremidades do traçado. O troço onde as duas equipas deviam encontrar-se a meio do túnel era muito sinuoso. Utilizando uma tecnologia bastante primitiva, os trabalhadores tiveram que corrigir o traçado inúmeras vezes, a fim de permitirem o encontro das duas equipas. No fim dos trabalhos, a extremidade oeste teve de ser baixada dois metros, de modo a obter um desnível suficiente para que a água se escoasse para o reservatório.

A Bíblia conta como Ezequias mandou construir este túnel e o reservatório 2 Reis 20:20. Ainda hoje, este túnel é utilizado e pode ser visitado. É um passeio refrescante num dia quente de Verão. Munido de uma lanterna, o visitante atento pode ver, na rocha, as marcas das ferramentas usadas pelos trabalhadores, bem como o lugar onde se encontraram as duas equipas.

Assinale a afirmação ou as afirmações corretas:

Selecione a resposta correta.

Foi no tanque de Siloé, segundo os Evangelhos, que Jesus curou:

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Jerusalém, Israel)

A vida dentro de uma cidade bíblica

Por vezes, a arqueologia bíblica esclarece certos relatos bíblicos de maneira bastante espetacular. Mas também é importante descobrir o modo de vida das pessoas nos tempos bíblicos. Berseba é, provavelmente, a cidade bíblica mais bem estudada e mais posta a descoberto. Ela dá uma ideia bastante precisa da vida da época.

Imaginem a cena: antigamente, um viajante aproximava-se de Berseba através dos campos de cevada e dos prados onde pastavam as ovelhas e as cabras no Inverno. As pedras utilizadas para as fortificações conferiam à cidade uma forte cor ocre. Os telhados achatados de certas casas encostadas às muralhas estavam, provavelmente, cobertos de palha. As crianças brincavam ali. Ao cair da noite, famílias inteiras encontravam-se nos telhados, à procura da frescura da brisa…

A entrada da cidade, com os seus três portões maciços, era um lugar cheio de vida. Era ali que se organizava a vida social da cidade. Os viajantes contavam as notícias de outras cidades; os camponeses encontravam-se para partilhar as suas experiências e as suas preocupações. Era também aí que os campos eram vendidos ou comprados e os casamentos combinados. Era ainda aí que os governadores da cidade se sentavam e julgavam. Era o verdadeiro centro da cidade urbana. Um pouco mais para o interior da cidade, chegava-se a um outro lugar importante: a praça do mercado. Era ali que os viajantes esperavam que alguém lhes oferecesse hospitalidade. Uma ou duas vezes por semana, instalava-se ali um mercado. Havia caravanas que paravam ali para descarregar as mercadorias trazidas de outras cidades. Em seguida, essas mercadorias eram transportadas para os armazéns e os entrepostos situados à direita da porta. Eram carregadas outras mercadorias, destinadas à exportação. Os entrepostos serviam de lugares de armazenagem, mas também de lojas onde a população local podia comprar as suas provisões.

À esquerda da porta, encontrava-se um pequeno santuário onde os visitantes e os trabalhadores que se encontravam nas proximidades podiam retirar-se para meditar. Da praça partia um caminho que contornava a cidade interior, paralelamente às muralhas. Esse caminho dava acesso às casas construídas encostadas à parede da fortaleza, e também aos bairros residenciais no centro da cidade.

Ao entrar numa casa, podíamos constatar que era mantido o estilo típico de construção israelita: três ou quatro divisões e pilares entre o pátio interior e os quartos. A cozinha e as outras atividades domésticas diárias faziam-se no pátio interior. O gado, principalmente ovelhas e cabras, ocupava uma das divisões. As outras serviam de armazém e, sobretudo, de dormitório, nas famílias mais pequenas ou pobres. Os ricos podiam dar-se ao luxo de construir um primeiro andar, acessível através de uma escada em pedra.

Havia pouca intimidade. Por todo o lado, havia crianças que corriam e brincavam, sendo, muitas vezes, os seus gritos e os seus risos abafados pelo barulho dos animais. Era muito frequente ver várias famílias aparentadas habitarem sob o mesmo teto. As águas usadas escorriam em direção ao centro da rua, por meio de pequenos canais. Condutas mais importantes levavam-nas até à porta, e daí para o vale. Devia pairar no ambiente um odor nauseabundo de detritos, de podridão e de excrementos, sem falar do fumo das numerosas fogueiras sobre as quais eram preparadas as refeições. Era provável que o esterco composto de excrementos de animais e de humanos, e os materiais orgânicos apodrecidos, fosse posto num monte para servir de adubo para as terras.

Não há dúvida de que o homem moderno se sentiria muito mal numa cidade destas. Mas o campo não era realmente uma alternativa válida, já que os ladrões representavam uma ameaça demasiado real. A vida era assim, e as pessoas habituavam-se a ela. É muitas vezes aconselhado que situemos as personagens bíblicas no seu contexto. A arqueologia dá-nos uma ajuda nesse aspeto.

Vestígios de personagens bíblicas

Dispomos de inscrições que mencionam personagens da Bíblia. Na Antiguidade, o selo pessoal era o único meio de identificação. Tratava-se de uma pedra onde estava gravado o nome. Assim, foi descoberto um selo com a menção “Baruque, filho de Nerias, o escriba”. Tendo em conta a data da inscrição – meados do século VII a.C. – é quase certo que tenha pertencido ao amigo do profeta Jeremias. Os textos de Jeremias 32:12, Jeremias 32:16 e Jeremias 36:4 fazem menção de um escriba chamado Baruque, filho de Nerias. Um outro selo encontrado pertencia a Seraías, irmão de Baruque, de quem se fala em Jeremias 51:59. Três outros selos mencionam pessoas de linhagem real.

Duas delas, Manassés e Joiaquim, depois tornaram-se reis, enquanto que a terceira, Jerameel, é citada em Jeremias 36:26 como sendo um príncipe. Essas personagens bíblicas existiram, portanto, realmente.

A vida dentro de uma cidade na época dos reis era…

Selecione a resposta correta.

Os arqueológos encontraram selos com os nomes de alguns personagens da Bíblia. Entre eles está o nome de:

Selecione a resposta correta.

Que escavação nos proporciona informações sobre a vida numa cidade no tempo dos reis?

Selecione a resposta correta.

Conclusão

Todos estes elementos mostram a importância da arqueologia bíblica ao dar uma nova dimensão à nossa compreensão da vida nos tempos bíblicos e ao nosso respeito pela Bíblia.

Concluiu o estudo desta Lição. Parabéns!

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