Lição 9 - O Exílio Babilónico

O seu progresso nesta Lição:

(Imagem: Ruínas do portão da antiga cidade de Tel Laquis)

Prelúdio

As medidas tomadas por Ezequias, na previsão de uma eventual invasão assíria, foram um sucesso. Jerusalém não caiu nas mãos dos Assírios. No entanto, nas suas narrativas de guerra, Senaqueribe indica, em tom de triunfo, que Jerusalém teve de pagar pesados tributos. Laquis, a segunda cidade de Judá, foi completamente destruída. Isso é evidente no relato escrito pelo próprio Senaqueribe e nas escavações feitas em Laquis. Senaqueribe chegou mesmo a mandar gravar a recordação da derrota da cidade numa placa comemorativa.

Nessa placa vêem-se os defensores colocados sobre as muralhas, enquanto o invencível exército assírio está prestes de alcançar a vitória. Numerosos refugiados deixam a cidade que está a arder. Temos a sensação de que o rei da Assíria se sentia orgulhoso do seu feito. A maior parte das outras cidades de Judá parece terem sido parcial ou totalmente destruídas nessa mesma época.

Jerusalém aguentou-se. Na verdade, o reino de Judá tinha ficado reduzido praticamente a uma cidade-estado. Mas no reinado de Josias, na segunda metade do 7º século a.C., o poder assírio enfraqueceu e Judá voltou a ser uma grande nação florescente. Os relatórios das expedições arqueológicas

mencionam a reconstrução das fortificações nas fronteiras e a presença de celeiros destinados a proteger e a conservar os produtos comerciais. Foi um período de paz e de prosperidade, justificando os elogios feitos ao rei Josias que podemos ler na Bíblia.

Pela primeira vez, Judá parecia exercer o seu poder sobre uma parte das regiões marítimas habitadas pelos Filisteus. Perto de Mesad Hashavyahou, foi encontrado um importante pedaço de uma placa de barro. Um trabalhador

queixa-se do seu patrão, que parece ter transgredido uma das leis mosaicas sobre o empréstimo de bens. A nota era provavelmente dirigida ao juiz

local e fazia parte das provas de acusação. O facto de que um trabalhador pudesse levantar um processo jurídico contra o seu patrão, no quadro de um artigo da lei mosaica, mostra a forma séria como a reforma de Josias tinha sido

aplicada em todo o país. Noutras épocas, a corrupção era tal que o patrão teria facilmente podido parar todo o processo com uma pequena quantia em dinheiro. Mais ainda, um trabalhador nunca teria ousado apresentar queixa junto de um juiz.

Parece que Josias também conquistou para Judá a maior parte das regiões a norte e reunido temporariamente as duas partes do reino. Assim se compreende a razão pela qual a Bíblia compara Josias ao rei David. Josias morreu numa batalha contra os egípcios, em Megido.

Que descoberta datada da época do rei Josias demonstra que a lei de Moisés voltou a ser valorizada nesta época?

Selecione a resposta correta.

Uma das provas de que Israel voltou a florescer com o rei Josias é:

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Tanque de Siloé)

O profeta Jeremias

O ministério profético de Jeremias começou no reinado de Josias. Depois da morte desse rei reformador, as coisas precipitaram-se para o profeta. Sob os sucessores de Josias, as antigas corrupções voltaram a aparecer e minaram a sociedade. Jeremias anunciou a queda e a destruição de Jerusalém, mas o povo não quis saber, considerando-o um renegado. Não tinha Deus salvo a cidade e o templo, de modo milagroso, na época de Ezequias e de Isaías? O povo acreditava firmemente numa nova intervenção divina. Assim se compreende por que razão as palavras de Jeremias o tornaram tão impopular junto das autoridades e dos responsáveis religiosos.

Uma das principais injustiças denunciadas por Jeremias era a desigualdade entre ricos e pobres. Embora a nação tivesse sido fundada sobre o princípio da igualdade para todos, os pobres eram oprimidos pelos ricos. Os túmulos descobertos em Silwan, um bairro de Jerusalém, dão testemunho disso. As sepulturas dos ricos atestam um luxo evidente, enquanto que os pobres não podiam ter senão uma simples tumba.

O profeta repreendeu os reis de Judá, porque não faziam nada para ajudar as pessoas do povo que viviam em condições difíceis. Este fosso entre os monarcas e os seus súbditos é confirmado pelas descobertas feitas em Ramat Rahel, a sul de Jerusalém. Foram trazidas à luz ruínas de um edifício que tinha as características de um palácio, tanto pelo seu estilo como pelo seu luxo. Além disso, este tipo de arquitetura só se encontra nas construções reais. Podemos deduzir de tudo isso que este palácio situado fora da cidade

servia de residência aos monarcas que já não suportavam viver com o povo. Claro que não se pode criticar o rei por procurar a tranquilidade. Mas é evidente que uma residência assim, situada longe da realidade diária, não favorecia nada o seu interesse pelas necessidades dos seus súbditos.

Uma outra curiosidade descoberta em Ramat Rahel é um conjunto de capitéis esculpidos em forma de flor de lótus. Esses capitéis proto-eólicos só se encontram na Palestina e apenas em lugares onde os reis passavam uma boa parte do seu tempo. O luxo da real Ramat Rahel ia provavelmente de mãos dadas com um empobrecimento espiritual da casa de David. Pouco tempo depois, Judá desapareceu como nação. Jeremias tinha, portanto, boas razões para anunciar as suas mensagens proféticas de advertência.

O papel do profeta Jeremias aquando da ameaça babilónica era:

Selecione a resposta correta.

A desigualdade entre os ricos e pobres, pode ser comprovada pelos achados:

Selecione a resposta correta.

(Imagens: Ruínas restauradas da antiga cidade de Babilónia)

Destruição pelos babilónicos

Quando Nabucodonosor venceu os exércitos egípcios no norte da Síria em 605 a.C., toda a Palestina, incluindo Judá, caiu em seu poder. Com efeito, depois da derrota de Josias em 609, Judá estava sob administração egípcia. Mas Nabucodonosor não cercou a cidade de Jerusalém. Contentou-se em levar como reféns uns quantos membros da família real a fim de exercer uma certa pressão sobre o reino de Judá. Entre esses reféns encontravam-se Daniel e os seus três amigos.

Apesar dessa situação precária, Judá revoltou-se em 601 a.C.. A cidade de Jerusalém foi cercada uma primeira vez pelos babilónios, acabando por se

render em 597, mas não foi destruída. Na verdade, Nabucodonosor tinha o hábito de preservar as entidades nacionais sob a direção de nobres locais. Levou consigo o rei Jeoiaquim e colocou no trono o seu tio Zedequias, na esperança de que este levasse a sério os interesses de Babilónia. Em Babilónia foi encontrada uma lista de distribuição de víveres na qual figura o nome de Jeoiaquim, o rei de Judá deportado em Babilónia.

Os exércitos que subiam contra Judá atacavam primeiro as cidades e aldeias dos arredores antes de atacarem a verdadeira fortaleza que era Jerusalém. Senaqueribe tinha seguido essa estratégia em 701 a.C., e os romanos viriam a fazer o mesmo no ano 70 da nossa era. Indícios claros mostram que várias cidades judaicas foram destruídas nessa época. Algumas nunca mais foram reconstruídas, enquanto que outras ainda foram habitadas até ao último ataque babilónico e à sua destruição total em 586 a.C.. Assim, Ramat Rahel foi destruída e parcialmente reconstruída até ao seu fim definitivo. Outras cidades, como Laquis, que não voltaram a desfrutar da sua glória inicial depois da destruição causada por Senaqueribe em 701 a.C., foram definitivamente arrasadas em 597. O reino de Judá estava de novo reduzido a uma espécie de cidade-estado concentrada em volta de Jerusalém.

Tal como em 722 a.C., depois da destruição de Samaria, um mar de refugiados dirigiu-se para Jerusalém, um grande número de fugitivos tentou escapar à carnificina babilónica. A região desértica a Este e a Sul de Jerusalém tinha sido sempre um lugar de refúgio em caso de ameaça militar. Foi aí que David se refugiou para escapar ao seu antecessor Saul. Foi também aí que os Essénios construíram mais tarde uma cidade e esconderam os seus preciosos rolos, a fim de os proteger dos seus inimigos.

Em Laquis, a sudoeste de Jerusalém, foram encontrados grandes pedaços de placas de argila com mensagens enviadas ao comandante do forte. Sobre um deles, um soldado judeu relata o facto inquietante de não serem visíveis os sinais de fumo de Azéqah. Esta localidade, situada um pouco mais a norte, tinha caído nas mãos dos babilónicos…

Assim pois, um bom número de refugiados judeus dirigiu-se para esta região selvagem. Construíram as suas casas perto do oásis de En Guédi, na margem ocidental do Mar Morto. Os arqueólogos descobriram aí uma cidade florescente datando dessa época, sem encontrarem vestígios de ocupação humana anterior. Tudo leva a crer que essa cidade era habitada pelos fugitivos.

(Imagem: Pedras do segundo Templo de Jerusalém)

A destruição de Jerusalém, uma catástrofe nacional

Depois de uma nova revolta, os exércitos babilónicos dirigiram-se de novo para Judá. Em 587-586, Jerusalém foi completamente arrasada, incluindo o templo do Deus de Israel. A destruição do templo foi, provavelmente, uma experiência mais traumatizante do que a perda dos bens pessoais. A fé do povo repousava no poder libertador de Deus. Neste contexto, a destruição do templo parecia indicar que Deus tinha perdido o Seu poder. Que Deus permitisse que a Sua morada fosse destruída, era algo impensável. O Deus todo-poderoso nunca teria permitido que pagãos idólatras profanassem e destruíssem o Seu santuário. Esta destruição abalou os fundamentos da sua fé.

No entanto, Jeremias tinha mencionado a possibilidade desse desastre nas suas profecias. De agora em diante, ele deixou de ser um inimigo da nação, mas um instrumento que podia ajudar Judá a ultrapassar a catástrofe. Jeremias explicou aos seus compatriotas as razões da derrota. Devido aos seus pecados, eles tinham-se afastado tanto de Deus que este já não podia fazer mais nada por eles.

Restava apenas confessarem os seus pecados, aceitarem o castigo e orarem pelo restabelecimento de que os profetas tinham falado. Esse dia prometido tornou-se o centro das esperanças dos exilados. Escavações feitas em toda a Palestina testemunham da carnificina impiedosa infligida pelos babilónios em 586 a.C.. Em muitos lugares, foram encontrados vestígios de destruição brutal. Com frequência, uma espessa camada de cinzas e de escombros queimados cobre o solo das casas. Não se nota qualquer vestígio de ocupação humana posterior. Em nenhum lugar se pode observar uma transição progressiva da monarquia para o período persa. Só se encontram provas de destruição seguida de um período de desolação. Alguns desses lugares nunca mais foram habitados.

Jerusalém parece, igualmente, ter sido abandonada. As escavações não revelaram nenhum elemento que datasse do período do exílio. As fortificações em terraços a oriente da cidade e a espessa muralha que rodeava a parte oeste foram desmanteladas e nunca mais foram reconstruídas. Jerusalém tinha-se tornado o que os profetas tinham predito: uma ruína que todos os viajantes evitavam, e onde a avestruz e o chacal tinham a sua morada. Um lugar desolado e horrível, comparado com a sua glória passada.

Uma grande parte da população que não conseguiu escapar foi levada cativa para Babilónia. Aqueles que ficaram, viveram ao serviço dos babilónios, sob a autoridade de Gedalias, um governador judeu. Jeremias, que tinha sido bem tratado pelos invasores, pôde ficar no país. Manteve contactos estreitos com Gedalias que habitava em Mizpá, alguns quilómetros a Norte de Jerusalém. Alguns colaboradores entre os nobres, que tinham fugido para Amon, do outro lado do Jordão, assassinaram Gedalias. Isso provocou uma nova invasão babilónica em 582, completando a destruição das cidades e das aldeias de Judá. Assim como um certo número de pessoas, o idoso profeta Jeremias empreendeu a fuga para o Egipto, a fim de escapar a esta última invasão babilónica. Aí fundaram uma comunidade judaica, que, posteriormente, se tornou muito importante.

O reino de Judá tornou-se um território deserto. Os dados arqueológicos e as informações fornecidas pela Bíblia concordam nesse ponto. Os salteadores e as feras eram os senhores da região. O mesmo se passava com as nações vizinhas de Judá. Embora algumas ainda durassem mais umas dezenas de anos, não passaram do século VI. A região marítima da Palestina continuou a ser habitada, mas os habitantes viveram na pobreza. A norte, as cidades costeiras da Fenícia aguentaram-se, mas apenas graças ao abastecimento fornecido pelas suas colónias situadas a oeste. Durante treze anos, Tiro foi sitiada por Nabucodonosor, mas graças às suas relações com os territórios de além-mar, a cidade não caiu. À parte estas poucas exceções, a população de toda a Siro-Palestina nunca tinha sido tão pouco densa. Todos estes dados correspondem ao quadro descrito pela Bíblia.

De que modo as escavações efetuadas em Israel confirmam a realidade de um ataque babilónico devastador no século VI a.C., em Judá?

Selecione a resposta correta.

Que país acolheu um grande número de refugiados israelitas na altura dos ataques babilónicos?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Ruínas da antiga cidade de Babilónia, Iraque)

Na Babilónia

Vários elementos que, no passado, constituíam problemas quase insolúveis relativos à historicidade do livro de Daniel, tiveram uma explicação e os relatos narrativos e proféticos podem, agora, ser tomados a sério.

Nas suas descrições proféticas, Daniel utiliza imagens de animais bastante estranhos, realmente difíceis de entender para o leitor moderno. As pessoas que viviam na época da supremacia babilónica não tinham essas dificuldades de compreensão. Hoje a arqueologia ajuda-nos a levantar alguns véus.

A célebre porta de Istar, encontrada na Babilónia, estava coberta de relevos que representavam animais estranhos e outras feras terríveis.

O objetivo era impressionar, quem sabe intimidar, o visitante desta cidade. A grandeza da Babilónia era visualizada, simbolicamente, por estas representações. São estes mesmos símbolos que encontramos nos sonhos e visões de Daniel. Nada de extraordinário, portanto, para um leitor familiarizado com a cultura babilónica. Na Antiguidade, as forças cósmicas eram muitas vezes representadas sob a forma de animais desse tipo.

O conhecimento do meio histórico e geográfico no qual Daniel teve as suas visões, ajuda-nos a compreender não só as cenas que evocam animais, mas também as que mencionam “os reis do Norte e do Sul”. Na realidade, ninguém se aproximou de Babilónia vindo de Este ou de Oeste. Os desertos cumes montanhosos formavam uma barreira intransponível para os exércitos inimigos. Esses exércitos usavam sempre os vales a Sul e a Norte.

Tendo em conta a dimensão do livro de Daniel, podemos afirmar sem problemas que dispomos de mais provas e de indícios arqueológicos relativos a ele do que a qualquer outro livro da Bíblia. E, no entanto, muitos duvidam da sua veracidade. Embora este livro apresente muito poucas semelhanças com outros livros da Bíblia (excetuando o Apocalipse), é preciso saber que dispomos de numerosos manuscritos medievais que contém textos que datam da Antiguidade e não era estranho para os autores.

(Imagem: Tomba de Ciro, século 6º | Pasargadae, Iraque)

Ciro

Uma das razões porque os babilónios aceitaram facilmente o monarca Ciro, foi porque este adorava entre outros, o seu deus Marduque. Sabemos que Ciro tolerava os deuses nacionais dos povos conquistados. Assim, as palavras de 2 Crónicas 36:22-23, que afirmam que Ciro respeitava o Deus de Judá, bem como as profecias de Jeremias, estão confirmadas.

Quando Ciro promulgou o decreto que permitia aos judeus voltarem para Judá, afim de reconstruírem a cidade de Jerusalém e o templo de Deus, muito poucos decidiram voltar.

Durante os 70 anos passados na Babilónia, os deportados tinham construído uma vida desafogada e tinham esquecido a sua pátria. O enorme trabalho que os esperava para reconstruir Jerusalém e torná-la habitável, assustava-os.

Os Judeus tinham acabado por constituir um grupo importante e próspero na Babilónia. Vários textos antigos mencionam um grupo importante de comerciantes judeus influentes. Uma evidência disso, é o livro de Ester.

Também podemos perguntar-nos qual poderia ter sido a influência dos judeus monoteístas sobre o aparecimento da nova religião persa, conhecida sob o nome de zoroastrismo, a qual só conhecia duas divindades: a do bem e a do mal.

Que importância teve a descoberta da porta de Istar, na Babilónia com as suas representações de animais estranhos para o estudante da Bíblia?

Selecione a resposta correta.

Uma das razões que levou os babilónios a aceitarem Ciro como rei foi:

Selecione a resposta correta.

O zoroastrismo é conhecido por ter duas divindades apenas:

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Giza, Egito)

O Egipto

Muitos daqueles que tinham conseguido escapar às quatro invasões babilónicas (605, 597, 586 e 582 a.C.) fugiram para o Egipto, também chamado “a cana quebrada” 2 Reis 18:21, com quem Judá se aliava continuamente para resistir a Babilónia. A maior parte dos refugiados instalaram-se no delta do Nilo, a região mais próxima da Palestina, à espera da restauração do seu país. Mas com o tempo, acabaram por se sentir em casa e perderam todo o desejo de voltar à Palestina. Dado que nesta época o grego era a língua oficial no Egipto, traduziram o Antigo Testamento para essa língua. Essa versão, chamada a Septuaginta, foi utilizada mais tarde pelos primeiros cristãos.

Um certo número de judeus foi mais para sul e estabeleceu uma comunidade poderosa na ilha de Elefantina, em Assuão. Temos várias cartas provenientes desta colónia, que nos fornecem informações preciosas sobre a vida desses judeus durante o exílio. Essas cartas foram escritas em aramaico e datam dos séculos IV e V a.C.. O elemento mais notável é a menção de um templo que eles construíram e dos pedidos de autorização dirigidos aos rabis de Judá. O templo nunca foi encontrado, mas as cartas não deixam qualquer dúvida: o templo foi construído, mas sem a autorização pedida.

Uma recusa semelhante enquadra-se bem com o teor dos livros de Esdras e de Neemias, escritos depois do exílio e que faziam continuamente referência à lei de Moisés e ao reconhecimento de um só templo, o de Jerusalém.

Algumas das evidências arqueológicas que mostram que havia israelitas instalados no sul do Egipto durante o cativeiro babilónico são:

Selecione a resposta correta.

Os refugiados judeus estabeleceram-se numa ilha. Qual foi?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Muro da fortaleza da antiga cidade de Jerusalém, Israel)

Os muros de Neemias

Os textos bíblicos que relatam as dificuldades encontradas pelos judeus em Judá no momento da reconstrução da cidade de Jerusalém, do templo e das muralhas são confirmados pelas descobertas arqueológicas. As informações relativas aos sucessores do rei persa Ciro revelam-nos monarcas mais interessados em mulheres, bebidas e prazeres do que na gestão do país. Essa tarefa era, sobretudo, delegada nos funcionários. Geralmente, era concedido um favor à primeira pessoa que fazia um pedido. Foi o que fez Assuero, note-se, em face de Hamã no livro de Ester. Para Sambalate, o governador da Samaria, era fácil utilizar este costume para maltratar os judeus que queriam reconstruir a cidade (ver o livro de Neemias).

Um dos inimigos de Neemias chamava-se Tobias, rei dos Amonitas. Hoje conhecemos toda uma dinastia de reis amonitas com esse nome. Uma inscrição onde figura esse mesmo nome foi descoberta no cimo de uma ponta

rochosa que domina um vale esplêndido perto de Aman, na Jordânia. Essa inscrição data de uma centena de anos depois da época de Neemias. Durante muito tempo, os especialistas acreditaram que o nome de Tobias era uma

ficção, já que continha o sufixo “Ya”, uma abreviatura de Yahvé). Como é que um rei amonita poderia ter um nome assim? A inscrição encontrada vem confirmar a historicidade desse homem que teria reinado sobre o território de

Amon. Não é impossível que esse rei tivesse antecedentes judaicos. Próximo da inscrição, foi encontrado um grande palácio da época helenista com o nome de Iraq el-Amir.

Não é possível afirmar com certeza que este palácio fosse a residência desse Tobias, mas é grande a tentação de ligar esses diferentes elementos e de concluir que o reino de Tobias e dos seus descendentes subsistiu até à época dos Macabeus, no século II a.C.. O palácio foi construído com pedras mais volumosas do que de costume. Os muros que Neemias mandou construir em volta de Jerusalém foram postos a descoberto. Foram encontrados na beira do planalto sobre o qual Jerusalém foi construída, no interior dos limites da cidade pré-exílica. A restauração do reino de Judá foi, portanto, uma regressão em relação à situação anterior ao exílio. Esta descoberta confirma as indicações que podemos ler nos livros de profetas como Ageu e Zacarias, escritos imediatamente após o exílio e que evocam a fragilidade da comunidade judaica e o desânimo sentido pelos primeiros repatriados.

Escavações feitas em numerosos locais de Judá revelam um quadro semelhante. Muitos, senão a maior parte, dos exilados ficaram em Babilónia. Assim, o período persa é um dos períodos mais pobres e tristes que os arqueólogos encontram na Palestina. Há muito poucos sinais de construções de grande envergadura.

Mesmo depois da época helenista, quando surgiu um reino judaico independente, o dos Hasmoneus ou Macabeus, a população nunca mais atingiu a densidade anterior ao exílio. Só na época romana, pouco antes do nascimento de Cristo, é que a Palestina voltou a ter a prosperidade do passado. Mas devido à chegada dos gregos e dos romanos, as construções mudaram de novo de estilo. Na lição 10, revelaremos algumas descobertas espetaculares da época do Novo Testamento, período em que Jesus de Nazaré viveu na Palestina.

No quadro do exílio, porque foi importante o rei Ciro?

Selecione a resposta correta.

Um dos inimigos de Neemias, contra a reconstrução de Jerusalém foi:

Selecione a resposta correta.

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