Lição 2 - A Mesopotâmia

O seu progresso nesta Lição:

(Imagem: Rio Tigre)

Geografia

A palavra Mesopotâmia vem do grego e significa “entre dois rios”. Ela encontra-se, de facto, limitada pelo Eufrates a Oeste e pelo Tigre a Este. Estes rios têm a sua origem nas montanhas no Leste da Turquia, a Sul do Mar Negro, onde a neve de Inverno derrete rapidamente na Primavera. O Eufrates é mais comprido, mas o seu caudal é inferior ao do Tigre, que recebe muita água da cordilheira de Zagros situada mais a Este. Devido ao seu desnível, que é muito grande, o Tigre é de difícil navegação. Por essa razão o Eufrates teve um papel tão importante no desenvolvimento da civilização.

No seu sentido mais restrito, a designação “Mesopotâmia” abrange a zona situada entre os dois rios, mas o nome é geralmente utilizado para indicar toda a região que depende da sua drenagem. Quando falamos da civilização mesopotâmica, podemos referir os Sumérios que, no terceiro milénio antes da nossa era, habitavam na parte Sul da Mesopotâmia, a Sul da atual cidade de Bagdad. Mas também podemos fazer alusão aos Babilónicos instalados na mesma região no segundo e no primeiro milénios. Ou ainda aos Assírios, que ocuparam a parte Norte do rio Tigre durante este mesmo período. E não esqueçamos os habitantes da região de Ararat nas montanhas a Leste da Turquia, no fim do segundo e início do primeiro milénio. Os Elamitas viviam nos desertos ricos em petróleo a Leste de Babilónia e da Suméria. Os Persas, vindos de Leste, estabeleceram-se nas imediações de Babilónia e em Elam, depois de terem vencido os Babilónicos no séc. VI a.C.. Mencionemos, por fim, os Amoritas, as tribos arameias, os habitantes de Ebla, os Coritas e os Hititas que ocuparam todos a região onde o Eufrates tem a sua nascente, mas em épocas diferentes.

Foi certamente esta combinação da sua localização geográfica e do seu clima ameno que favoreceu o aparecimento destas civilizações importantes na Mesopotâmia. Graças aos rios, a comunicação tornou-se fácil nesta vasta região. O clima muito seco obrigava os povos a confiarem nas cheias regulares para irrigar os campos. Eram obrigados a colaborar a fim de que cada um pudesse dispor desta água vital. Eis as razões que conduziram ao aparecimento e desenvolvimento de uma das civilizações mais avançadas da história da humanidade.

O que significa o nome “Mesopotâmia” e quais os dois rios que delimitam esta região?

Selecione a resposta correta.

Assinale os povos que habitaram a região da Mesopotâmia.

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Placa com escrita cuneiforme)

A Escrita

Para definir quem era proprietário de certos campos e mercadorias, os sacerdotes dos templos locais, possuidores eles mesmos de grandes propriedades, utilizavam a argila proveniente dos rios. Com esta argila, faziam placas sobre as quais gravavam pequenos desenhos. Esses desenhos representavam as suas propriedades ou davam uma descrição das mercadorias. Esta prática conduziu à escrita. Rapidamente, cada imagem acabou por representar uma palavra ou uma sílaba (pictograma). Várias imagens em conjunto podiam descrever uma ideia. Este sistema aperfeiçoou-se progressivamente e foi finalmente necessário ter um grande número de “redatores” para se ocuparem dos arquivos do templo. Tinha nascido a burocracia. Com o passar do tempo, esses escribas começaram a servir-se de juncos para gravar muito rapidamente os sinais na argila. Esta forma de escrita deu o seu nome à que é normalmente associada à Mesopotâmia: a escrita cuneiforme.

A escrita cuneiforme foi provavelmente inventada pelos Sumérios. A sua cultura foi a primeira civilização importante da Mesopotâmia e data aproximadamente de 3000 a.C.

A escrita cuneiforme foi adotada por muitos outros povos em todo o Médio Oriente e continuou a desenvolver-se até à época de Cristo. Durante séculos, esta escrita foi aceite em todos os países circundantes, mesmo nas regiões mais afastadas como a Palestina e o Egipto. É interessante notar que os textos cuneiformes encontrados no Egipto datam mais ou menos do tempo de Moisés. Se bem que os cinco primeiros livros da Bíblia, geralmente atribuídos a Moisés, não tenham provavelmente sido redigidos em escrita cuneiforme, há fortes possibilidades de que Moisés tivesse adquirido as bases na corte do Faraó. Muitos elementos arqueológicos que esclarecem certos aspetos da Bíblia provêm de textos cuneiformes. Quase todas as informações apresentadas nesta lição são baseadas nesses textos.

Qual o material usado pelos sacerdotes para definir os proprietários de algum bem?

Selecione a resposta correta.

Quem foram os inventores da escrita?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Artefacto Sumério)

Os Sumérios

É na Suméria, que encontramos os primeiros traços de muitos dos elementos que dizem respeito à cultura bíblica e mesmo à cultura moderna em geral. Sem as escavações arqueológicas, não disporíamos de qualquer informação.

(Imagem: Artefacto Sumério)

Leis e valores morais

Os cinco primeiros livros da Bíblia, denominados Pentateuco, falam em grande parte das leis de Moisés. Os livros de leis eram muito importantes na Mesopotâmia, pensemos por exemplo no código de Hammurabi, rei da Babilónia.
As coleções mais antigas de leis provêm da Suméria. Uma delas, escrita durante o reinado de Ur-Nammu da terceira dinastia de Ur (cerca de 2000 a.C.), prevê coimas em vez da lei do talião (olho por olho) que encontramos na lei de Moisés. Embora haja diferenças das leis da Bíblia, encontramos muitas analogias entre a moral suméria e a bíblica.
Num dos textos, podemos ler uma descrição da deusa Nanshe: “Aquela que conhece o órfão e a viúva, aquela que conhece a forma como um homem oprime outro… É Nanshe quem cuida da viúva e quem trabalha em prol dos direitos dos mais pobres.” Encontramos um teor semelhante em Isaías 1:23: “Os teus príncipes são rebeldes e companheiros dos ladrões; cada um deles ama o suborno e corre atrás de recompensas. Não defendem o direito do órfão nem chega perante eles a causa das viúvas.” A lista de valores morais dos Sumérios assemelha-se muito à lista de normas bíblicas: verdade, paz, justiça e aversão aos enganos, guerras, queixas e angústias. Os Sumérios acreditavam, tal como também é indicado na Bíblia, que o homem era feito de barro “à imagem dos deuses”. Mas, ao contrário do relato bíblico da Criação, segundo eles o homem deveria permanecer imperfeito. No seu ponto de vista, os deuses não diriam jamais “está bem”. Eles pensavam que um só deus tinha criado seis tipos de seres anormais. Isso implica que, para os Sumérios, o sofrimento fazia parte da criação, enquanto que na Bíblia o sofrimento está ligado à queda do homem.

O livro de Job é uma obra literária importante sobre o sofrimento humano. Os Sumérios tratam deste problema num relato que se assemelha muito ao livro de Job. O relato salienta a única saída para quem pensa estar a sofrer injustamente: glorificar a Deus e suplicar-Lhe que escute as orações. O herói da história era rico, sábio e justo, mas ficou doente. Ele perseverou nas suas orações ao seu deus que, finalmente, as atendeu. Muitos outros paralelismos com a Bíblia situam-se na esfera da vida quotidiana: “É nosso destino morrer, gastemos pois as nossas posses”, assemelha-se curiosamente a “comamos e bebamos, pois amanhã morreremos” Isaías 22:13. “O sono do trabalhador é doce” vai no mesmo sentido do que é dito em Eclesiastes 5:12: “Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco, quer muito (…)”

O que contém o código de Hammurabi?

Selecione a resposta correta.

Que tema é comum aos Sumérios, ao livro de Jó e à atualidade?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Cultura suméria antiga - Mesopotâmia.)

Recordações do Éden

A Bíblia situa o jardim do Éden no Oriente. Embora não conheçamos a sua localização exata, admitimos geralmente que se possa ter situado na Mesopotâmia. Os Sumérios conservaram a recordação desse início paradisíaco a que chamavam Dilmun, o que corresponde talvez à ilha de Bahreïn. Existem muitas semelhanças entre Dilmun e o Éden. A água de Dilmun provinha de uma fonte. As mulheres davam à luz sem dor e um dos habitantes foi amaldiçoado depois de ter comido plantas proibidas.
No entanto, também existem grandes divergências. A mais importante de todas era que o paraíso sumério não se destinava aos humanos, mas apenas aos deuses. Apesar destas divergências, as analogias reforçam a ideia de que a história bíblica não é uma invenção.

Um outro texto sumério fala do deus Dumuzi, que morreu e desceu ao inferno. Pouco depois, ressuscitou. A ideia de salvação e de ressurreição para uma vida de perfeição futura é uma ideia fundamental na fé bíblica. Os homens dos tempos bíblicos aspiravam de tal forma a uma ressurreição que procuravam preservar o culto a Dumuzi, mesmo que sob uma forma corrompida. O profeta Ezequiel fala disso e pronuncia palavras severas de condenação. O princípio bíblico da ressurreição não se baseia nas ideias dos Sumérios, mas as duas conceções refletem sem qualquer dúvida o objetivo final de Deus para o homem. As semelhanças entre a mais antiga civilização da Mesopotâmia e a Bíblia não provam os princípios da fé cristã nem mesmo a fiabilidade histórica dos relatos bíblicos. Todavia, é tranquilizador constatar que o ensino bíblico que é importante para nós se reflete na história de outros povos. Podemos presumir que a humanidade conhecia e apreciava os relatos que descreviam a formação do mundo. Muitos cristãos têm a convicção de que a Bíblia transmite essas histórias na sua forma mais pura. O facto de outras civilizações, como os Sumérios, terem conhecimento de relatos semelhantes só pode fortalecer a fé dos cristãos na veracidade da Palavra.

O Éden bíblico tinha semelhanças com que lugar paradisíaco dos Sumérios?

Selecione a resposta correta.

A noção de salvação e ressurreição, surgiu na Suméria através de que divindade?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Tijolo vitrificado da porta de Ishtar da Babilónia)

Akkad e Babilónia

Os primeiros impérios semitas da Mesopotâmia foram os da dinastia de Akkad, seguidos da primeira dinastia babilónica. Sargão o Grande, que viveu por volta de 2300 a.C., foi o fundador do primeiro império que se estendeu do Golfo Pérsico até ao Mediterrâneo. O relato do seu nascimento é muito semelhante ao do nascimento de Moisés. Ele é apresentado como um filho extraconjugal, colocado numa “arca” e depositado no rio. Um pescador encontra-o, adota-o e cria-o como seu próprio filho.

(Imagem: Guerreiros com espadas. Persépolis (6º-4º século a.C.), capital do Império Aqueménida, Irão.)

Os Amorreus

Os reis acadianos que reinaram depois de Sargão, mencionaram um número importante de tribos habitantes do Noroeste da Mesopotâmia (o Norte da Síria atual). Eles chamavam-nos de Amorreus, “o povo do Oeste”. Essas tribos, a que a Bíblia chama Amoritas, migraram: uma parte emigrou para o Sul, em direção à Palestina, enquanto a outra se dirigiu para o Sul da Mesopotâmia. Para se protegerem contra eles, os acadianos construíram muralhas fortificadas. Apesar disso os Amorreus conseguiram finalmente apoderar-se de várias cidades, entre elas a de Babilónia. O rei Hammurabi foi um desses Amoritas.

Hammurabi e as suas leis

Depois de se tornar rei de Babilónia, Hammurabi, ao transmitir informações políticas contraditórias por intermédio dos seus embaixadores, conseguiu confundir os outros monarcas e acabou por conquistar toda a Mesopotâmia.
É durante o período de paz que se seguiu a estes acontecimentos que Hammurabi promulgou o seu código de leis, e que foi o documento legal mais vastamente reconhecido. Foram encontradas cópias destas leis em vários locais, desde Nínive na Assíria até Susã em Elam. Um grande número dessas leis é relativamente semelhante às leis mosaicas da Bíblia. Mas nenhuma é idêntica ao Decálogo. As leis de Moisés e de Hammurabi tratam de casos concretos. Se alguém cometesse um delito, deveria receber uma punição adequada.

Os Dez Mandamentos da Bíblia são particulares e únicos porque apresentam interdições e avisos claros. Assim, supunha-se que a Bíblia era uma adaptação das leis e das histórias babilónicas. Não há qualquer prova que suporte esta teoria. Seria mais lógico acreditar que ambas provêm de uma fonte comum: a revelação divina à humanidade. Enquanto os patriarcas conservaram as mensagens de Deus na sua forma original, a tradição babilónica deformou-as e adaptou-as às suas próprias necessidades.

Seja como for, as semelhanças entre as leis de Moisés e as de Hammurabi ajudam-nos a situar melhor os livros de Moisés no seu contexto histórico. As leis de Moisés enquadram-se perfeitamente no período e no meio cultural mencionados pela Bíblia. A primeira dinastia babilónica subsistiu cerca de duzentos anos. A sua fama foi tal que conseguiu manter a sua reputação de centro da ciência e da cultura durante quase dois mil anos, mesmo quando outras cidades ou outros impérios controlaram a região. A Babilónia pode não ter sido a cidade mais poderosa de todos os tempos, mas do ponto de vista cultural, foi, certamente, a mais célebre do mundo antigo.

Escolha a frase correta:

De onde vem a fama do rei Hammurabi?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Relevo assírio de deus)

A Assíria

Os primeiros Assírios conhecidos datam do tempo da primeira dinastia babilónica, mas só mil anos mais tarde começaram a adquirir uma força internacional. Eles conheciam a escrita cuneiforme e herdaram a cultura suméria e babilónica, mas é sobretudo a sua crueldade excecional que dá origem à sua reputação. Uma escultura mostra um rei a comer copiosamente para festejar a sua vitória numa batalha importante, rodeado pelas cabeças dos reis vencidos penduradas em árvores e oscilando ao vento.

Os palácios assírios eram ornamentados com baixos-relevos representando os exércitos assírios a atacar. Neles podem ver-se os defensores das cidades sitiadas em completa miséria. Os prisioneiros eram empalados no alto de colinas: eram espetados em paus pontiagudos que trespassavam todo o seu corpo. Se nenhum órgão vital fosse atingido, eram simplesmente abandonados até morrerem de fraqueza. Foi provavelmente este o instrumento de tortura que Hamã mandou construir para Mardoqueu (livro de Ester). Não é, pois, de admirar que Judá e Israel estivessem aterrorizados perante o poder assírio. Algumas descobertas arqueológicas mostram-nos como estes reinos se preparavam para uma invasão assíria.

(Imagem: Paredes queimadas da antiga cidade assíria de Nínive)

Passagem do profeta Jonas por Nínive

Neste contexto, é mais fácil entender porque o profeta Jonas se recusou a ir a Nínive, capital da Assíria. Na sua imaginação, ele já se via provavelmente encarcerado numa jaula com leões. Não era possível sair-se ileso quando alguém se deslocava à capital do império mais poderoso e mais cruel do mundo para formular algumas críticas! Como todos os povos da antiguidade, os Assírios veneravam centenas de divindades. Existem fortes indícios que levam a crer que eles terão passado a uma certa forma de monoteísmo durante o reinado de Adad-Nirari III no século VIII a.C.. É verdade que se tratava do deus Nabu, e não do Deus de Israel. Mas esta conversão ao monoteísmo é única nos anais da História antiga. Não temos a certeza de isto ter sido devido à obra de Jonas, mas de qualquer forma é uma coincidência interessante.

(Imagem: Baixo-relevo em Persépolis em Shiraz, Irão)

Uma nova prática: a deportação

Os Assírios introduziram uma prática muito particular: deportavam populações inteiras para todos os cantos do seu império. O rei Tiglat-Piléser III (conhecido na Bíblia pelo seu nome babilónico Pul) foi o seu iniciador em meados do século VIII a.C.. Por essa razão, o relato bíblico, que conta a deportação de Israel depois da queda de Samaria em 722 a.C., enquadra-se perfeitamente na história assíria. A historicidade deste relato bíblico não pode mais ser posta em causa. As esculturas monumentais nos palácios e nos templos assírios tinham, sempre as mesmas características: um corpo de leão ou de touro, asas de águia e cabeça humana. A sua função era proteger o acesso à sala do trono e aos locais sagrados. Elas estavam lá para inspirar respeito e temor ao visitante.

Que característica dos Assírios lhes deu reputação internacional?

Selecione a resposta correta.

As esculturas monumentais dos palácios e templos assírios eram representações de…

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Kanesh Hittite Cuneiform with cylinder seals)

Os Hititas

Já vimos na primeira lição como a descoberta da existência dos Hititas no século XIX proporcionou uma confirmação revolucionária do relato bíblico. Os Hititas construíram um império poderoso nos séculos XIV e XIII antes da nossa era. Depois, partiram em direção ao Sul, rumo à Síria, e conquistaram o Mitanni, um pequeno império governado pelos Coritas, ameaçando assim as fronteiras da Palestina, que se encontrava na altura sob o domínio egípcio. O confronto militar entre o Egipto e os Hititas conduziu a um notável tratado de paz entre estas duas potências. Foram conservadas cópias desta aliança, uma versão em hieróglifos no Egipto e outra em cuneiforme em Hattusas, a capital do império Hitita. Descobertas recentes na Jordânia sugerem que os Hititas dominavam a parte oriental da Palestina, a fim de proteger os seus interesses a Este. Uma guarnição militar estava ali estacionada e, no momento em que os Hititas se retiraram oficialmente, estes militares tinham-se integrado completamente na população local, um fenómeno muito frequente na Síria e na Palestina.
Quando foram aniquilados no seu país e na sua capital de origem por invasores vindos do Oeste, os Hititas, que se tinham misturado com a população da Palestina, mantiveram-se no local.
A Bíblia fala destes que escaparam. Urias, o Hitita, marido de Batseba, era um deles. Assim constatamos, mais uma vez, que o relato bíblico é digno de confiança.

Que império poderoso surgiu nos séculos XIV e XIII a.C.?

Selecione a resposta correta.

O tratado de paz entre os Hititas e o Egipto tem cópias em que versões?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Cópia do portão Ishtar nas ruinas da Babilónia, Iraque)

O império Neo-Babilónico

Um pouco antes do ano 700 a.C., Mérodac-Baladan, o regente de Babilónia, revoltou-se contra a supremacia assíria. Pertencente ao povo dos Caldeus tinha sido nomeado regente pelas autoridades assírias.

Na preparação da sua revolta, ele enviou uma delegação ao rei Ezequias de Judá para obter o seu apoio. Nesta visita, Ezequias cometeu o erro de mostrar todos os tesouros do templo. O profeta Isaías advertiu o rei de forma clara e profetizou que os tesouros seriam roubados pelos próprios Babilónios. Um século mais tarde, a profecia cumpriu-se com precisão por ocasião da tomada de Jerusalém pelos exércitos babilónicos.

O rei assírio Senaqueribe neutralizou a revolta e Babilónia foi destruída. O fim da revolta teve também repercussões para Judá que tinha colaborado com Mérodac-Baladan. A invasão de Judá por Senaqueribe em 701 a.C. foi uma verdadeira expedição punitiva.

Nabupolassar, um monarca fora do comum do século VII antes de Cristo, teve mais sucesso na revolta contra os Assírios. Ele fundou a dinastia neo-babilónica. Em colaboração com outra potência a Este, os Medos, destruiu Nínive em 612 a.C..

Alguns anos mais tarde, em 605 a.C., o seu filho Nabucodonosor, que era general de todos os exércitos babilónicos, ganhou uma batalha decisiva contra o Egipto e contra os estados sírio-palestinos, onde anexa a Palestina, incluindo Judá. A fim de assegurar a lealdade desses estados, ele faz reféns entre os seus nobres. Daniel e os seus amigos estavam entre eles. Depois desta batalha, Nabupolassar morreu.

Nabucodonosor voltou rapidamente à sua terra a fim de ser coroado rei de um império que se estendia desde as fronteiras do Egipto até ao Sul da Turquia e ao Golfo Pérsico. Nabucodonosor dispunha de um grande exército pronto a batalhar de Abril a Outubro. No Inverno, o exército ajudava na reconstrução da capital, que voltaria a ter a sua reputação de antigamente. Os textos confirmam a imagem de Nabucodonosor descrita em Daniel: era um homem orgulhoso, que se vangloriava dos seus feitos em termos arquitetónicos ao ponto de se comparar aos deuses. As descobertas arqueológicas mostram como a Babilónia era realmente uma cidade poderosa e impressionante. Depois de ter destruído Jerusalém em 597 a.C., Nabucodonosor leva prisioneiro o jovem rei Jeoiaquim e estabelece o seu tio Zedequias como novo rei.

Um texto recentemente descoberto diz respeito à entrega de alimentos a Jeoiaquim, rei de Judá o que mostra que os Babilónicos continuavam a considerá-lo como o verdadeiro rei de Judá, apesar de estar cativo e apesar de Zedequias ter sido colocado como regente no trono de Jerusalém. Um recente estudo de placas cuneiformes forneceu informações preciosas que reforçam a credibilidade do relato bíblico, e mais especificamente no que diz respeito à história relatada em Daniel 3 – a grande estátua e a fornalha ardente.

Em 595 a.C., parece ter ocorrido uma revolta militar contra Nabucodonosor. Neste contexto é provável que o rei ordenasse uma convocatória geral para que cada indivíduo reafirmasse a sua fidelidade ao governo. A estátua de que fala Daniel 3 é provavelmente a do deus Marduque simbolizando o rei. Prostrar-se diante da estátua era a expressão da fidelidade tanto ao rei Nabucodonosor como à religião babilónica. O último rei de Babilónia, Nabónido, era natural de Charan, a Norte, e adorava deuses que não faziam parte do panteão babilónico. Durante a dezena de anos que durou a sua ausência, colocou o seu filho Belsazar no trono como coregente. Na mesma altura, Ciro, o Grande, conquistou a parte setentrional do império babilónio graças a um exército constituído por Medos e Persas. Todas as fontes não bíblicas de que dispomos confirmam a versão bíblica da queda de Babilónia: foi um ataque surpresa dos Medos e dos Persas.

O rei assírio Senaqueribe neutralizou a revolta de que aliança?

Selecione a resposta correta.

Que história da Bíblia é comprovada na história da existência do rei Nabucodonosor?

Selecione a resposta correta.

Que império se seguiu à Babilónia?

Selecione a resposta correta.

(Imagem: Sculpture of soldiers of the Persian empire in the building of Iran's Ministry of Foreign Affairs)

Os Medos e os Persas

Ciro o Grande, foi recebido em Babilónia como um herói. A sua reputação de soberano sábio e clemente precedia-o. Segundo o livro de Daniel, um certo Dario, o Medo, foi rei de Babilónia antes de Ciro durante um curto período. O facto de as fontes não bíblicas não fazerem menção deste Dario, o Medo, levou muitos pesquisadores à conclusão de que Daniel teria inventado este personagem. De facto, tudo parecia indicar que Ciro foi rei de Babilónia desde o início. Isso é verdade para o império Medo-Persa na sua globalidade. No entanto, a capital de Ciro não era Babilónia, mas sim Susã.

Nestes últimos anos, vários estudos demonstraram que houve textos desta época que foram datados segundo os anos de reinado de Ciro. Mas, ao mesmo tempo, estes textos permitiram compreender que Ciro não foi chamado “rei de Babilónia” senão um ano e meio depois da queda de Babilónia. Isso poderia sugerir que outra pessoa teve o título de rei durante esse curto período intermédio. Dario, o Medo, tinha 62 anos quando começou a reinar. Por seu lado, Ciro, o Persa, desejava certamente que um Medo ocupasse este lugar importante para que o carácter misto deste império continuasse credível. Chegamos então à conclusão que Daniel provavelmente nos transmitiu informações corretas. Tudo leva a crer que Daniel sabia mais da história de Babilónia do que os autores clássicos.

Ciro prosseguiu a expansão do seu império até este ser o maior que já tinha existido. Foi preciso esperar pelos Romanos para ver aparecer um império ainda maior. O seu território estendia-se então da fronteira do Egipto a Oeste e cobria uma grande parte da Turquia e da Mesopotâmia no centro, até ao Índu e às montanhas do Afeganistão a Este. Os seus sucessores juntaram a isto o Egipto e o resto da Turquia. Por duas vezes, tentaram em vão anexar a Grécia. No início, os Medos eram mais poderosos do que os Persas, mas sob o reinado de Ciro, a tendência já se tinha invertido.

Os eventos descritos no livro de Ester desenrolam-se em Susã, a capital persa no reinado do rei Xerxes (chamado Assuero na Bíblia). Um texto descoberto parece mencionar o nome de Mardoqueu e um novo estudo da história de Xerxes permitiu encontrar traços da famosa festa durante a qual a rainha Vasti foi afastada, o que torna possível o impressionante percurso de Ester. Durante muito tempo, o livro de Ester com as suas intrigas e o seu ambiente romântico foi considerado como uma espécie de conto das Mil e Uma Noites – erradamente.

Ciro o Grande, mencionado também na Bíblia, teve a capital do seu império em que cidade?

Selecione a resposta correta.

Qual o rei medo-persa que é também mencionado na história bíblica de Ester?

Selecione a resposta correta.

Conclusão

A Mesopotâmia não está ligada à história bíblica senão indiretamente. Mas onde as ligações existem, a credibilidade da Bíblia é reforçada desde os períodos mais antigos até aos mais recentes.

Concluiu o estudo desta Lição. Parabéns!

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A Mesopotâmia é considerada um dos berços da civilização; tem uma história riquíssima e cheia de acontecimentos que moldaram o rumo da história. Mas de que forma é que tudo isto se relaciona com a Bíblia?

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