Acreditando que a humanidade é o resultado de um ato criador da parte de Deus, não poderemos considerar que a sexualidade foi uma invenção humana ou um “compartimento” obscuro, que Deus deixou passar por engano ou sem se debruçar sobre o mesmo. Em Génesis 1:26, pode ler-se: “Façamos o homem à nossa imagem…”, para depois, no versículo seguinte dizer: “homem e mulher os criou” e apresentar, em parte o objetivo desta criação, no verso 28, onde diz: “Frutificai e multiplicai-vos”.
Perante estas citações bíblicas, poderíamos ficar com a noção de que a sexualidade existe apenas com o objetivo da procriação. Se Deus teve o poder de criar tudo, também teria a possibilidade de criar os seres humanos sem que estivessem sujeitos ao padrão de género e, como consequência sujeitos à sexualidade. A única certeza que poderemos ter é que a sexualidade foi criada por Deus com objetivos muito concretos.
No capítulo 2 de Génesis, encontramos mais alguma luz sobre as razões por que a Criação foi o que foi. No versículo 18, Deus declara que “não é bom que o homem esteja só”. Era imperioso criar uma companhia específica para o homem, que partilhasse a sua natureza e não permitisse que a solidão se instalasse. Com a criação da mulher, foi conseguido esse objetivo.
Após a criação da mulher, que partilha em todas as suas facetas a natureza do homem, Deus volta a revelar mais uma nova dimensão que deve decorrer da vivência deste casal, como está expresso em Génesis 2:24 onde define que “serão os dois uma só carne”.
Somos assim transportados para uma dimensão não determinada pela vertente biológica relativa à procriação, mas para o domínio do mental, e do afetivo. Por esta razão, não é possível dissociar a sexualidade de tão grandes implicações mentais, espirituais e afetivas que enriquecem, condicionam e aprofundam a expressão mais conseguida de intimidade e compromisso, que se pode verificar na espécie humana.
Se biologicamente se assegura a perpetuação da espécie, segundo o plano de Deus a sexualidade deve abrir as portas da alegria e do bem-estar do casal. É interessante notar que esta intimidade no casal está ligada à gratificação que cada um pode proporcionar ao outro, através de uma dose imensa de prazer.
Os órgãos genitais, quer masculinos quer femininos, são dotados de uma concentração acrescida de terminações nervosas, que os tornam tão sensíveis e, ao mesmo tempo, tão bem apetrechados para produzir prazer. Desta forma se entende a extensão do plano divino para a sexualidade.