(Imagem: Túmulo do obelisco em Petra)
As cinco cidades
Nos anos 60 e 70, foram realizadas escavações perto de Bab Edh-Dhra, ligeiramente a Leste do Mar Morto. Esta cidade cobria uma superfície de quatro hectares e estava rodeada por uma muralha de sete metros de espessura. Foram ali encontrados restos de casas, de portões e de templos que datam de meados do terceiro milénio antes da nossa era. O lugar parece ter sido destruído por um gigantesco incêndio por volta de 2300 a.C.. Perto da cidade foi encontrado um enorme cemitério contendo centenas de milhares de corpos. É a maior necrópole da Antiguidade encontrada na Palestina.
No decurso das expedições arqueológicas modernas, as zonas que rodeiam o local onde se efetuam as escavações são objeto de um estudo pormenorizado. Tenta-se compreender o papel político e económico que, no passado, aquele local possa ter desempenhado na região. Ao examinarem a região de Bab Edh-Dhra, os arqueólogos descobriram muito poucos lugares interessantes. Isso deve-se, provavelmente, ao clima desértico tórrido, em que temperaturas da ordem dos 49ºC não são raras no Verão. Entre os lugares descobertos, quatro datam da mesma época que Bab Edh-Dhra. Mas existem ainda outras analogias. As cinco cidades estavam construídas junto à mesma formação geológica e dominavam a planície que circunda o Mar Morto. Situavam-se perto de ribeiros alimentados todo o ano pela água proveniente das montanhas situadas a Leste. Todas possuíam cemitérios como o de Bab Edh-Dhra. Todas apresentavam indícios de uma destruição repentina. Os objetos de barro encontrados nos cinco lugares são muito parecidos, embora sejam diferentes dos outros estilos de vasos encontrados na Palestina. É evidente que existiam, no passado, laços estreitos entre estas cinco localidades. Parece bastante lógico identificar estas cinco cidades com as cinco “cidades da planície” do relato de Génesis. Em duas destas cidades, os arqueólogos descobriram outros indícios. Em Numeira, a segunda cidade, foi encontrada uma camada de materiais queimados com metro e meio de espessura. Mas a descoberta mais espetacular foi certamente a de dois esqueletos soterrados debaixo das pedras de um muro caído, como se as vítimas tivessem sido surpreendidas por uma destruição repentina tal como a descrita pelo relato bíblico.
Outras surpresas esperavam os arqueólogos. Descobriram vestígios de duas destruições consecutivas. Ao lermos Génesis 14:1-24 e Génesis 19:1-38, constatamos que isso se enquadra bem com o relato bíblico. Em Génesis 19:1-38, podemos ler o relato da catástrofe final que se abateu sobre estas cidades, e da qual dá testemunho a espessa camada de cinzas em Numeira. Génesis 14 relata a tomada destas cidades depois de uma batalha contra reis vindos do Norte. Esta batalha não teve lugar dentro das muralhas, mas, se os habitantes tiverem sido feitos prisioneiros, como nos diz a Bíblia, estas cidades terão, pelo menos, sido parcialmente destruídas. A primeira destruição, revelada pelas escavações, deveu-se, provavelmente, aos acontecimentos descritos em Génesis 14.
Um dos colaboradores que trabalharam em Bab Edh-Dhra era geólogo e deu uma contribuição notável para as pesquisas. Ele constatou que na época da destruição da cidade, um violento tremor de terra deve ter sacudido a região e feito subir os arredores da cidade uma vintena de metros. É impossível provar cientificamente que este tremor de terra teve lugar no momento da destruição destas cidades, mas, visto que a Bíblia atribui esta destruição a causas sobrenaturais, temos todos os motivos para crer que os dois acontecimentos se produziram simultaneamente. Dispomos de indícios espetaculares que confirmam a destruição súbita e total das “cidades da planície”.
Muitos teólogos nunca levaram a sério os relatos de Sodoma e Gomorra. Acreditavam que eram fruto da imaginação dos autores hebreus, sem qualquer base histórica. Hoje, temos que ter em conta as descobertas feitas em Bab Edh-Dhra e noutros lugares da região. Já não há razão para duvidarmos destes relatos bíblicos. Todos os elementos que os arqueólogos puderam verificar correspondem aos dados bíblicos. O facto de essas cidades serem as “cidades da planície” confirma a fiabilidade da Bíblia.